O banco de investimento suíço UBS informou nesta sexta-feira (27) que o pacote de auxílio aos trabalhadores do Ministério da Economia, conhecido como “coronavoucher“, poderá gerar um déficit primário entre 3,9% e 5,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020.
De acordo com os economistas Tony Volpon e Fabio Ramos, do UBS, os gastos fiscais extras ficarão entre R$ 200 bilhões e R$ 300 milhões em 2020 por conta do coronavoucher. Os valores correspondem a 2,8% a 4,1% do PIB do Brasil no ano passado.
“Também estimamos uma queda na receita tributária geral, dada a faixa de crescimento entre 0,5% e -1,5% para 2020, de R$ 58 bilhões a R$ 98 bilhões”, informou a instituição financeira.
Entretanto, mesmo com a projeção de déficit, o banco informou que não existe uma restrição imediata de financiamento no Brasil.
“O Tesouro possui R$ 1,3 trilhão de reservas de caixa no Banco Central, e a corrida para diminuir o risco e aumentar a liquidez significa que Tesouro pode levantar recursos emitindo LFTs de taxa flutuante de curto prazo e LTNs de taxa fixa”, diz o relatório assinado pelos economistas do UBS.
Segundo o relatório divulgado pelo banco de investimentos, as principais variáveis para a trajetória fiscal do Brasil no futuro serão se a crise irá impactar permanentemente o avanço do PIB e se o País conseguirá disciplinar o crescimento de gastos sob o teto fiscal, que foi aprovado em 2016.
Entenda o ‘coronavoucher’
A Câmara dos Deputados aprovou, na noite da última quinta-feira (26), o auxílio emergencial de R$ 600 a trabalhadores informais, conhecido como “coronavoucher”.
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O pagamento do auxílio será realizado por três meses. Além disso, mães encarregadas do sustento familiar também receberão um auxílio, de R$ 1.200. “Se nós precisamos garantir o isolamento das famílias nós temos que dar previsibilidade, como tenho falado, e a renda para que essas pessoas passem pelos próximos 30 dias”, afirmou Maia durante a votação.
De acordo com a pasta chefiada pelo ministro Paulo Guedes, o impacto econômico do coronavoucher será de R$ 44 bilhões ao longo desses três meses. O texto, no entanto, deverá passar pelo Senado para que entre em vigor. O projeto deve ser votado pela Casa na semana que vem.