O auxílio emergencial do Governo Federal, chamado de “coronavoucher”, deve ter sua duração adiada com valor de R$ 300 por parcela. A informação foi divulgada por fontes do Palácio do Planalto, nessa sexta-feira (28).
Segundo as fontes, existe a expectativa de que o Presidente Jair Bolsonaro anuncie, nessa sexta, a prorrogação do coronavoucher em mais quatro parcelas, pagas nos próximos meses até o fim desse ano.
Por enquanto, o auxílio criado em abril prevê três parcelas de R$ 600 a trabalhadores informais, microempreendedores individuais, autônomos e desempregados ou podendo ser pagas em dobro (R$ 1.200,00) em caso de mulher chefe de família.
A medida preveria que as parcelas acrescentadas seriam a metade do valor atual, ou seja, R$ 300.
Enquanto o ministro da economia, Paulo Guedes, argumentou que as parcelas deveriam ser de R$ 200, Bolsonaro julgou o valor como muito baixo e definiu R$100 a mais na quantia.
De acordo com as avaliações da equipe econômica, as pessoas ainda necessitam do auxílio, porém o custo do programa é muito elevado, sendo de aproximadamente R$ 50 bilhões por mês, por esse motivo, o ministro da economia defendia a redução do valor das parcelas.
O mês de dezembro desse ano é o período previsto para o término do auxílio e de acordo com as expectativas, as famílias mais necessitadas irão começar a receber o Renda Brasil a partir de dezembro para substituir o outro programa.
O novo projeto do governo, o Renda Brasil, que pode substituir o Bolsa Família e beneficiar aproximadamente 7 milhões de famílias que recebem o auxílio emergencial, ainda não apresenta conclusões.
O tema foi apresentado nesta sexta-feira em uma reunião entre Guedes, Bolsonaro e outros ministros.
Segundo dados do Ministério da Economia, o custo do auxílio está estimado em R$ 254,4 bilhões e até agora já foram desembolsados R$ 182,90 bilhões. A Caixa Econômica Federal paga neste mês a quinta parcela do auxílio.
Coronavoucher: total de beneficiários excede o de trabalhadores formais
O número de cadastros utilizando os benefícios do auxílio emergencial, chamado de “coronavoucher”, já ultrapassou a quantia de trabalhadores com carteira assinada em 25 estados brasileiros. A pesquisa foi divulgada nessa sexta-feira (28) pelo Poder 360.
De acordo com o levantamento, para cada um brasileiro empregado com carteira assinada, tem 1,73 beneficiários do coronavoucher, o que representa um valor de 73% a mais.
Essa desigualdade ocorre principalmente pelo fato de que o Brasil apresenta uma quantidade elevada de trabalhadores informais, o que gerou uma maior dificuldade para distribuir os benefícios aos cidadãos.
“Metade da população ocupada no Brasil sempre esteve na informalidade. São cerca de 40 milhões de pessoas”, afirma Daniel Duque, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), “Carteira assinada, no Brasil, pode ser considerado quase um bem de luxo, reservado a cerca de apenas um terço da população adulta”.
O economista aponta a alta oneração do trabalho formal e os valores elevados do salário mínimo em relação à renda média populacional como principais motivos para o número elevado de trabalhadores informais no País.
O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, informou na quinta-feira (27), em uma coletiva virtual, que o banco estatal já pagou cerca de R$ 179 bilhões em auxílio emergencial, apelidado de coronavoucher. Nesse sentido, a instituição financeira pagou o benefício para 66,9 milhões de pessoas.
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Foram no total 109 milhões de brasileiros se cadastraram para receber o auxílio, contudo, apenas 67,2 milhões tiveram o cadastro aprovado. Guimarães salientou que “temos pouco mais de 120 mil pessoas entre primeira e reanálise. Já temos mais de 99,9% das pessoas analisadas”.
O executivo ainda comentou sobre o novo lote de pagamentos do coronavoucher que foi liberado, e que contempla 275 mil trabalhadores informais. As pessoas que fazem parte desse lote devem receber a partir dessa sexta-feira (28).