Coronavoucher: Caixa paga R$ 1,5 bilhão para nascidos em maio
A Caixa Econômica Federal pagou, neste domingo (8), cerca de R$ 1,5 bilhão do coronavoucher, como ficou conhecido o auxílio emergencial, para 3,6 milhões de pessoas nascidas em maio.
De acordo com a instituição estatal, a partir de hoje os beneficiários podem movimentar os recursos pelo aplicativo “Caixa Tem” para pagamento de boletos, compras na internet e pelas maquininhas em mais de um milhão de pontos comerciais no Brasil.
Saques e transferências para quem recebe o dinheiro neste domingo, no entanto, serão liberados somente a partir do dia 21 de novembro.
Dentre os beneficiários, 747,1 mil receberão R$ 487 milhões referentes às parcelas do auxílio emergencial. Os 2,9 milhões restantes receberão os recursos em referência à segunda parcela do auxílio emergencial extensão, somando R$ 972,3 milhões.
O programa, criado para auxiliar famílias e desempregados em meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), foi estendido até 31 de dezembro através da Medida Provisória (MP) nº 1000. O auxílio emergencial extensão será pago em até quatro parcelas de R$ 300 cada. No caso de mães chefes de família monoparental, o valor sobe para R$ 600 por mês.
A Caixa salienta que não é necessária uma nova solicitação para receber a extensão do auxílio. Somente aqueles que já receberam os recursos anteriormente e, a partir de agora, se enquadram nos novos requisitos estabelecidos pelo governo federal, continuarão a receber o benefício.
FGV: coronavoucher reduziu a pobreza em 23%
O Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV Social) divulgou, no início do mês passado, um estudo apontando que o coronavoucher cooperou para queda temporária da pobreza no Brasil. Os dados mostraram que, até o oitavo mês de 2020, 15 milhões de brasileiros saíram da linha da pobreza, representando um decréscimo de 23,7% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Após a divulgação da pesquisa “Covid, Classes Econômicas e o Caminho do Meio: Crônica da Crise até Agosto de 2020″, o coordenador do estudo, Marcelo Neri, destacou que o País ainda contabiliza 50 milhões de pobres, ou seja, o nível mais baixo de toda a série estatística.
“Em toda a série estatística a pobreza nunca esteve num nível tão baixo, são 50 milhões de brasileiros. A queda foi realmente inédita, de acordo com as séries estatísticas”, apontou. O estudo considerou como pobreza uma renda domiciliar per capta de até meio salário mínimo, equivalente a R$ 522,50.
Neri reforçou que a diminuição da pobreza é temporária, e pode ser revertida com o fim do coronavoucher. “O boom social ocorrido em plena pandemia é surpreendente, mas enseja uma preocupação, porque a sua principal causa, que é o auxílio emergencial, generoso, que foi concedido, ele cai à metade agora em outubro, e depois é totalmente extinto em 31 dezembro. Então, a nossa estimativa é que esses 15 milhões que saíram da pobreza vão voltar à velha pobreza de maneira relativamente rápida”, disse.