A Caixa realiza neste domingo (11) o pagamento de R$ 1,7 bilhão do auxílio emergencial, apelidado de coronavoucher, para 3,8 milhões de brasileiros do Ciclo 3 nascidos em maio.
Diante disso, dentre os 3,8 milhões de beneficiários, 1,5 milhão deles receberão R$ 900 milhões referentes as parcelas do coronavoucher. Enquanto os outros 2,3 milhões que recebem o auxílio serão contemplados com a primeira parcela de R$ 300, o que equivale a R$ 800 milhões.
O pagamento das parcelas ocorrerá até o dia 31 de dezembro deste ano, através da Medida Provisória (MP) nº 1000. A extensão do benefício será paga em até quatro parcelas de R$ 300 cada e, no caso das mães solteiras chefes de família, o valor é de R$ 600.
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Além disso, não é necessário realizar um novo requerimento para receber a extensão do auxílio. Apenas quem já recebeu a parcela e, a partir de agora, se enquadra nos novos requisitos estabelecidos na MP terão direito a continuar com o recebimento do benefício.
A parcela extra inicial será para os beneficiários que receberam a primeira parcela do auxílio emergencial em abril.
Coronavoucher reduziu a pobreza em 23%, segundo FGV
O Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV Social) divulgou um estudo na última sexta-feira (9) apontando que o auxílio emergencial, cooperou para queda temporária da pobreza no País. Os dados mostraram que, até o oitavo mês desse ano, 15 milhões de brasileiros saíram da linha da pobreza, representando um decréscimo de 23,7% em comparação com o ano passado.
Vale lembrar que o coronavoucher foi criado frente aos impactos caudados pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19) com o objetivo de apoiar trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados, durante esse período.
Após a divulgação da pesquisa “Covid, Classes Econômicas e o Caminho do Meio: Crônica da Crise até Agosto de 2020″, o coordenador do estudo, Marcelo Neri, destacou que o Brasil ainda contabiliza 50 milhões de pobres, ou seja, o nível mais baixo de toda a série estatística.
“Em toda a série estatística a pobreza nunca esteve num nível tão baixo, são 50 milhões de brasileiros. A queda foi realmente inédita, de acordo com as séries estatísticas”, apontou.
O estudo considerou como pobreza uma renda domiciliar per capta de até meio salário mínimo, o que equivale a R$ 522.50.
Separando as regiões brasileiras, a pesquisa mostrou que a pobreza caiu cerca de 30,4% no Nordeste e 27,5% no Norte. A região Sul, por sua vez, teve redução de 13,9%, ao passo que no Sudeste a queda foi de 14,2% e no Centro-oeste de 21,7%.
Em contrapartida, o coordenador afirmou que “houve uma queda de renda de 20%. O índice de Gini teve um aumento muito forte, que é o índice de desigualdade. A renda do trabalho da metade mais pobre caiu 28%. Então guarda um certo paradoxo na pesquisa. As rendas de todas as fontes tiveram um aumento espetacular, principalmente na base da distribuição, enquanto a renda do trabalho, que deveria ser a principal renda das pessoas, teve uma queda igualmente espetacular, especialmente também na base da distribuição. O que explica esse paradoxo é a atuação do auxílio emergencial, que atingiu no seu pico com 67 milhões de brasileiros”.
Nesse sentido, Neri reforçou que a diminuição da pobreza é temporária, e pode ser revertida com o fim do coronavoucher. “O boom social ocorrido em plena pandemia é surpreendente, mas enseja uma preocupação, porque a sua principal causa, que é o auxílio emergencial, generoso, que foi concedido, ele cai à metade agora em outubro, e depois é totalmente extinto em 31 dezembro. Então, a nossa estimativa é que esses 15 milhões que saíram da pobreza vão voltar à velha pobreza de maneira relativamente rápida. Isso equivale a cerca de meia Venezuela em termos populacionais”, explica.
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