A Caixa Econômica Federal pagará, neste domingo (1), R$ 1,5 bilhão referente ao coronavoucher, como ficou conhecido o auxílio emergencial, para 3,5 milhões de pessoas, nascidas em dezembro. Assim, a última etapa do 3º ciclo do auxílio emergencial será encerrada.
No total, 1,3 milhão de pessoas receberão R$ 800 milhões referentes ao coronavoucher (com parcela de R$ 600), enquanto os 2,2 milhões de beneficiários restantes receberão a primeira parcela (de R$ 300) da extensão do programa, somando R$ 700 milhões.
O segundo grupo é composto por aqueles que receberam a primeira parcela do auxílio em abril. Os valores serão creditados automaticamente pela Caixa na conta dos beneficiários.
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“Não há necessidade de novo requerimento para receber a extensão do auxílio. Somente aqueles que já foram beneficiados e, a partir de agora, se enquadram nos novos requisitos estabelecidos na MP (medida provisória), terão direito a continuar recebendo o benefício”, afirmou o banco estatal, em nota.
FGV: coronavoucher reduziu a pobreza em 23%
O Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV Social) divulgou, no início do mês passado, um estudo apontando que o coronavoucher cooperou para queda temporária da pobreza no Brasil. Os dados mostraram que, até o oitavo mês de 2020, 15 milhões de brasileiros saíram da linha da pobreza, representando um decréscimo de 23,7% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Após a divulgação da pesquisa “Covid, Classes Econômicas e o Caminho do Meio: Crônica da Crise até Agosto de 2020″, o coordenador do estudo, Marcelo Neri, destacou que o País ainda contabiliza 50 milhões de pobres, ou seja, o nível mais baixo de toda a série estatística.
“Em toda a série estatística a pobreza nunca esteve num nível tão baixo, são 50 milhões de brasileiros. A queda foi realmente inédita, de acordo com as séries estatísticas”, apontou. O estudo considerou como pobreza uma renda domiciliar per capta de até meio salário mínimo, equivalente a R$ 522,50.
Neri reforçou que a diminuição da pobreza é temporária, e pode ser revertida com o fim do coronavoucher. “O boom social ocorrido em plena pandemia é surpreendente, mas enseja uma preocupação, porque a sua principal causa, que é o auxílio emergencial, generoso, que foi concedido, ele cai à metade agora em outubro, e depois é totalmente extinto em 31 dezembro. Então, a nossa estimativa é que esses 15 milhões que saíram da pobreza vão voltar à velha pobreza de maneira relativamente rápida”, disse.