O presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer, neste domingo (23), que o pagamento de R$ 600 mensais no auxílio emergencial, o coronavoucher, é inviável para o País. “Esse valor pode não ser muito para quem o recebe, mas é muito para o Brasil, que gasta por mês R$ 50 bilhões por mês”, disse em vídeo publicado nas redes sociais.
Bolsonaro, além de citar o custo do coronavoucher, também defendeu, novamente, a reabertura dos estabelecimentos. “O momento é de abrir o comércio com responsabilidade, voltar à normalidade e resgatar os empregos”, pontuou.
O mandatário mais uma vez criticou as medidas de isolamento social, instauradas pela maioria dos governos estaduais desde meados de março, com o intuito de mitigar os efeitos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
“Em março deste ano eu disse que teríamos dois problemas graves pela frente: o vírus e o desemprego. E que ambos deveriam ser tratados simultaneamente e com a mesma responsabilidade”, disse o presidente. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o Brasil critou 131 mil vagas de trabalho formais em julho — o saldo líquido de empregos formais em 2020 ainda é negativo em 1.092 milhão de vagas.
Bolsonaro citou o discurso do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, na última sexta-feira (21). “Cinco meses depois do meu pronunciamento, o senhor Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS, afirma que saúde e economia são inseparáveis”, salientou.
Bolsonaro confirma que coronavoucher será prorrogado
Embora diga que o custo mensal do coronavoucher seja “muito para o Brasil”, Bolsonaro já havia dito que o auxílio emergencial será prorrogado. Na última sexta-feira, em um evento no Rio Grande do Norte, o mandatário disse que o auxílio se estender até dezembro, mas com valores diferentes.
“O auxílio emergencial foi bem-vindo, mas ele custa R$ 50 bilhões, e infelizmente não pode ser definitivo, mas vamos continuar com ele, mesmo com valores diferentes, até que a economia possa pegar em nosso País”, disse Bolsonaro.
Antes, na última quarta-feira (19), durante cerimônia de sanção de medidas provisórias para facilitar o acesso ao crédito, o mandatário disse que “R$ 600 é muito. O Paulo Guedes fala, alguém falou na Economia, em 200 [reais]. A gente acha que é pouco, mas dá para chegar num meio termo e nós buscarmos que ele [coronavoucher] venha a ser prorrogado por mais alguns meses, talvez até o final do ano”.