A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) fez com que as vendas no varejo brasileiro caíssem 2,5% em março deste ano, em relação a fevereiro, com ajuste sazonal. Essa é a primeira queda após 11 meses consecutivos de variações positivas. A informação foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (13), por meio da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC).
Na série sem ajuste sazonal, o varejo apresentou uma retração de 1,2% em março deste ano, após uma alta de 4,7% em fevereiro. As medidas de distanciamento social implementadas para mitigar a disseminação da pandemia impactaram o comércio em todo o Brasil. Segundo o IBGE, 14,5% das empresas pesquisadas relataram impacto em suas receitas.
Segundo o PMC, o varejo acumula uma alta de 1,6% neste ano e, nos últimos 12 meses, o avanço é de 2,1%.
No que se refere ao Varejo Ampliado, que engloba as atividades de veículos, motos, peças e materiais de contrução, o volume de vendas caiu 13,7% em comparação com fevereiro. Essa é a queda mais abrupta desda série histórica, iniciada em 2003. Dessa forma, a média móvel trimestral de março (-4,2%) foi menor que a do mês anterior (0,1%).
Na comparação com março de 2019, a queda do comércio varejista ampliado foi de 6,3%. O avanço acumulado dos últimos 12 meses é de 3,3%.
Coronavírus fez com que seis das oito atividades recuassem
Segundo o instituto, 43,7% das empresas citaram o coronavírus como a principal causa da queda em suas vendas. O volume de vendas, em comparação a março do ano passado, foi 23% menor.
Os varejistas que tiveram suas lojas físicas fechadas, sobretudo a partir da segunda metade de março em algumas cidades do País, tiveram as maiores quedas. As categorias que apresentaram queda foram:
- Tecidos, vestuário e calçados (-42,2%)
- Livros, jornais, revistas e papelaria (-36,1%)
- Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-27,4%)
- Móveis e eletrodomésticos (-25,9%)
- Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-14,2%)
- Combustíveis e lubrificantes (-12,5%)
Já entre as atividades que apresentaram alta, estão Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com um avanço de 14,6%, e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1,3%). Essas foram atividades consideradas essenciais durante o período de quarentena, portanto, puderam continuar suas operações, apresentando crescimento em relação a fevereiro deste ano.
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Entre fevereiro e março, a taxa média nacional de vendas do comércio varejista apresentou uma retração de 2,5%, atingindo 26 das 27 unidades da Federação. Com efeito da pandemia do coronavírus, os destaques negativos ficaram por conta de Rondônia (-23,2%), Amazonas (-16,5%) e Acre (-15,7%). São Paulo, embora seja o estado mais impactado pela doença em número de casos, foi o único que apresentou crescimento, com um leve avanço de 0,7%.