O UBS reduziu a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil de 2,5% para 2,1% em 2020. A queda foi motivada pelos impactos do coronavírus. A informação faz parte de um relatório divulgado nesta terça-feira (4) pelo banco suíço.
De acordo com o documento divulgado pelo UBS, a redução da estimativa de avanço da economia brasileira é uma consequência dos impactos do coronavírus no PIB chinês. Isso porque a China é o principal parceiro comercial do Brasil. A estimativa de crescimento da economia do país asiático foi reduzida de 6% para 5,4%.
A instituição financeira salientou que o vírus deve prejudicar principalmente os setores de serviços e consumo. Os dois segmentos correspondem a 54% do PIB do país asiático.
“As mudanças nas projeções de crescimento da China têm um impacto cíclico sobre o crescimento do Brasil”, diz o banco no relatório.
Em contrapartida, o banco elevou a projeção de avanço do PIB brasileiro para 2021. O relatório anterior previa alta de 2,5% na economia do País. No entanto, a previsão foi elevada para 2,8% considerando os reflexos da recuperação econômica da China.
A previsão do banco para este ano está abaixo das projeções dos especialistas das principais instituições financeiras do Brasil. Segundo o Boletim Focus divulgado na última segunda-feira (3), a economia brasileira deve avançar 2,30% neste ano. Para 2021, a estimativa é de 2,50%, inferior a do UBS.
Impactos do coronavírus na Selic
O relatório divulgado pelo UBS diz ainda que a taxa básica de juros do País (Selic) deverá ser reduzida para 4% ao ano em 2020. Atualmente, a Selic está em sua mínima histórica de 4,5% ao ano. A queda também reflete o temor global envolvendo o vírus.
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Os analistas do banco suíço acreditam que o Comitê de Política Monetária (Copom) fará um corte de 0,25 ponto percentual nos juros na próxima quarta-feira (5). Além disso, um novo corte de 0,25 ponto deverá ocorrer até o final do ano.
Por outro lado, segundo os analistas consultados pelo Banco Central no Boletim Focus, a taxa deverá encerrar 2020 a 4,25% ao ano.
“Nós esperamos que o Banco Central veja os impactos do surto de coronavírus na economia como um choque negativo na demanda”, diz o relatório sobre o reflexo da epidemia no corte dos juros.