Segundo a presidente do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC, na sigla em inglês), Gloria Guevara, a epidemia do coronavírus (Covid-19) pode resultar em uma perda de US$ 22 bilhões (R$ 98,56 bilhões) para o setor de turismo.
Em entrevista para o jonal espanhol “El mundo”, a presidente Gloria Guevara afirmou que a projeção ainda não é definitiva. O cálculo foi feito com a Oxford Economics e se baseou em informações relacionadas a outras epidemias que atingiram o globo.
“É muito cedo para saber (o impacto do coronavírus no turismo mundial). O WWTC e a Oxford Economics fizeram um cálculo preliminar que estima que essa crise custará ao menos US$ 22 bilhões ao setor”.
“O cálculo toma como referência as perdas derivadas dos turistas chineses que estão deixando de viajar nestas semanas. Como se sabe, os chineses são os viajantes que mais gastam”, declarou presidente do WWTC na entrevista.
O mercado de turismo na China representa uma grande parcela do Produto Interno Bruto (PIB), cerca de 11% do total. De acordo com a Guevara, as perdas serão maiores na Ásia, e principalmente na China, onde a atividade econômica de turismo é mais forte.
“Quero destacar que 90% dos custos relacionados com esse tipo de surto não são pelo vírus propriamente dito, mas sim pelas decisões e pelo pânico que é gerado entre a população”, afirmou a presidente.
Coronavírus afeta a economia global
Ainda é difícil estimar o alcance das consequências provocadas pela epidemia do coronavírus. No entanto, pode-se observar alguns efeitos do novo vírus.
A economia global já apresenta sinais de desaceleração. O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê um avanço econômico de 3,3% neste ano, com queda de 0,1 ponto percentual ante a projeção anterior.
A empresa suíça Nestlé pediu aos seus funcionários que adiem temporariamente todas as viagens de negócios internacionais. A medida foi tomada devido ao aumento dos temores relacionados à epidemia.
Fabricantes de celulares, como Motorola, Samsung e LG, reduzem a produção de aparelhos e dão férias coletivas aos trabalhadores devido a dificuldade de receber os produtos importados da China por causa do novo coronavírus.
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No total, 42% dos componentes para a produção de eletroeletrônicos no Brasil são provenientes da China, e outros 38,3% de países asiáticos. No ano de 2019 foram negociados R$ 32,8 bilhões em produtos.
A Associação Nacional de Fabricantes de Eletroeletrônicos (Eletros) informou que a instabilidade provocada pelo coronavírus pode afetar os estoques, mais isso ainda não ocorreu.