O sócio da Bain & Company, Antonio Farinha, informou nessa quarta-feira (6) durante uma transmissão online que, em um pior cenário, os impactos causadas pelo novo coronavírus (Covid-19) poderiam chegar a mais de R$ 25 bilhões para as companhias brasileiras do setor elétrico.
Para Farinha, esse pior cenário levaria a uma queda na demanda de 15% a 20%. Entretanto, essa situação só aconteceria se as providências adotadas até agora para conter o coronavírus falhassem. Desse modo, seria necessário assumir mais medidas de isolamento para frear a disseminação da doença.
Além disso, mesmo após o fim da pandemia, levaria entre 3 a 4 anos para que a carga de energia voltasse aos níveis normais. Já os índices de inadimplência poderiam chegar a 20% nessa previsão mais negativa, segundo a previsão.
Em contrapartida, Farinha indicou que num cenário mais positivo, os impactos podem chegar a R$ 10 bilhões. Nessa projeção, o vírus seria contido mais rapidamente. Entretanto, o consumo de energia ainda apresentaria uma redução de até 8%, ao passo que as inadimplências subiriam em 10%.
Já numa projeção intermediária, os choques ficariam em torno de R$ 15 bilhões a R$ 22 bilhões, enquanto o consumo de energia sofreria um decréscimo de 8% a 12% e as inadimplências poderiam chegar a 15%.
De acordo com o presidente da Eletrobras (ELET3; ELET5; ELET6), Wilson Ferreira Júnior, a previsão é de que o Brasil fique entre o melhor cenário e o intermediário, já que segundo ele “tem um efeito combinado de redução de consumo com inadimplência que pode dar esse valor de 10 bilhões a 11 bilhões, acho que até está mais para o lado de 15 bilhões. Estamos entre o cenário 1 e o cenário 2”.
Setor elétrico deve sofrer menos com a pandemia de coronavírus
Em abril o SUNO Notícias consultou especialistas para listar empresas e setores que sangrarão menos em meio a pandemia.
Segundo eles, os setores elétrico, de proteína e de supermercados deverão sofrer menos com a queda na demanda causada pelo alastramento da nova doença.
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Considerado um dos setores com menos volatilidade na Bolsa, graças a previsibilidade de contratos e de uma certa estabilidade na demanda, o setor elétrico não deve sofrer tanto em meio a crise causada pelo novo coronavírus.