Coronavírus representa risco para perspectivas econômicas, diz Fed
Segundo o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, o coronavírus (Covid-19) “representa um risco material para as perspectivas econômicas”. Powell salientou, nesta terça-feira (3), que a mudança no balanços de riscos fez com que a autoridade monetária central dos Estados Unidos realizasse seu primeiro corte emergencial da taxa de juros desde a crise subprime de 2008.
Após o anúncio do corte de 0,5% na taxa de juros antes do próximo encontro do Fed, que aconteceria entre os dias 17 e 18 de março, Powell realizou uma entrevista coletiva e salientou que a medida representa um impulso significativo à economia. Segundo ele, por mais que o coronavírus demonstre ser um risco ao crescimento norte-americano, não pensa em utilizar outras ferramentas de política monetária.
“Reconhecemos que um corte na taxa não reduzirá a taxa de infecção, não consertará uma cadeia de suprimentos quebrada. Entendemos isso”, afirmou Powell. “Mas acreditamos que nossa ação proporcionará um impulso significativo à economia. Mais especificamente, apoiará condições financeiras acomodatícias e evitará um aperto nas condições financeiras que podem pesar na atividade e ajudarão a aumentar a confiança das famílias e das empresas.”
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Segundo o executivo, os efeitos do coronavírus ainda estão em um estágio inicial e não aparecem nos indicadores econômicos. Tal declaração demonstra que a medida emergencial tomada nesta terça-feira foi um corte de segurança, protegendo a economia de incertezas.
Coronavírus força novo corte na taxa de juros
O Fed anunciou, nesta terça-feira, um corte de 0,5% na sua taxa de juros. Atualmente, a taxa de juros norte-americana está entre 1% e 1,25%.
“O coronavírus apresenta riscos crescentes para a atividade econômica”, informou o Fed em comunicado. “À luz desses riscos e de forma a dar suporte ao emprego e às metas de inflação, o Comitê decidiu hoje reduzir os juros em 0,5 ponto”, salientou o Fed em nota.
Mais cedo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, havia pressionado a autoridade monetária a cortar sua taxa novamente.
“Nosso Fed nos deixa pagando taxas de juros mais altas do que muitos outros, quando deveríamos estar pagando menos. É complicado para nossos exportadores e coloca os Estados Unidos em desvantagem competitiva. Tem que ser o contrário. Deveria afrouxar e fazer um corte grande”, afirmou o mandatário em sua conta pessoal do Twitter.
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A medida do Fed, em meio ao temor pelo coronavírus, não causou um impacto positivo relevante nos mercados internacionais nesta terça-feira. Por volta das 17h20, o S&P 500 operava em queda de 2%, a 3.028,78 pontos. Já o Ibovespa apresentava uma desvalorização de 1,34%, a 105.192,38 pontos.