Em março desse ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já havia definido como pandemia o surto da doença causada pelo vírus SARS-CoV2, que foi batizada como coronavírus (Covid-19).
O primeiro caso de coronavírus foi detectado em dezembro do ano passado em Wuhan, na China, e depois disso não demorou muito para a doença se tornar mundial. O primeiro caso da doença no Brasil foi confirmado entre os dias 25 e 26 de fevereiro pelo hospital Albert Einstein na capital paulista. O paciente foi um senhor de 61 anos de idade que havia estado na Itália a trabalho em fevereiro de 2020, e voltou para São Paulo com fortes sintomas da doença.
Vale destacar que já em meados de março a Itália era o país fora da Ásia com mais casos de Covid-19 confirmados até então, sendo o terceiro país com mais ocorrências da doença. Entretanto, hoje, o Brasil ocupa a posição que antes era da Itália e agora está no ranking dos três países com mais ocorrências de coronavírus.
Como a doença se tornou mundial, as dúvidas sobre como se proteger contra o novo vírus e as “fake news” relacionadas ao assunto cresceram. Frente a isso, as redes sociais criaram ferramentas com o intuito de conter as notícias falsas sobre a doença.
Redes sociais combatem desinformação sobre coronavírus
Confira algumas medidas adotadas pelas redes sociais para combater a desinformação sobre o coronavírus e ajudar no combate a pandemia.
O Facebook anunciou que criaria mapas de ‘movimento da população’ e ‘mapas de localização conjunta’, certamente protegendo a privacidade de seus usuários para ajudar especialistas a antecipar os movimentos da pandemia.
De acordo com a rede social criada por Mark Zuckerberg, os mapas de localização conjunta serviriam para identificar o surgimento de possíveis novos casos da doença, quando pessoas em um local específico tinham contato com outras.
Além disso, as ferramentas são úteis para informar se as pessoas seguiriam as medias de isolamento social e ficaram próximas de suas casas ou se promoveram o contágio para outras partes da cidade.
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Em parceria com a Carnegie Mellon University, o site também criou um mapa para exibir novos casos da doença. O projeto mostra em porcentagem, as pessoas que estão com sintomas, mas ainda não obtiveram diagnóstico.
O Facebook também informou que excluiria publicações que contenham informações falsas sobre a doença.
Além disso, está fornecendo créditos de anúncios para que o Governo de São Paulo possa promover suas campanhas publicitárias informativas sobre coronavírus no Facebook e no Instagram.
Youtube
Com o surgimento de uma teoria de que o coronavírus seria causado por antenas 5G, cerca de 40 torres de transmissão do sinal sofreram ataques e foram queimadas na Europa.
A teoria se baseva no fato que Wuhan foi uma das primeiras cidades no mundo a instalar as antenas 5G. Segundo a tese, a radiação emitida pelas antenas enfraqueceria o sistema imunológico, inibindo o fluxo de oxigênio pulmões.
Frente ao pânico provocado por essa teoria o YouTube prometeu remover os vídeos que propagam essa falsa ligação da doença com o 5G.
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Além disso, após considerar o tema ‘coronavírus’ como um assunto delicado a plataforma passou a desmonetizar vídeos que falassem sobre o assunto. Entretanto, os vídeos não são excluídos da plataforma, mas muitos criadores de conteúdo pararam de falar sobre o assunto.
O diretor de produtos do YouTube, Tom Leung, afirmou que “como tal, todos os vídeos focados neste tópico serão desmonetizados até novo aviso”
Ademais, a plataforma de vídeos está usando os algoritmos para que os vídeos sobre a pandemia, que são publicados por fontes mais confiáveis tenham uma visibilidade maior nas buscas.
Tik Tok
Embora o Tik Tok não tenha anunciado nenhuma medida para combater a desinformação sobre a pandemia, a OMS criou um canal na plataforma com esse intuito.
Além disso, os usuários da rede social criaram um desafio sobre lavar as mãos de forma correta. Lavar as mãos corretamente é uma das medidas indicada para combater o vírus.
A rede social aderiu a várias hashtags para garantir que informações verdadeiras chegassem ao seus usuários além de ter criado a ‘#coronavírus’ que direciona, de forma mais prática, os usuários para entidades do governo, que disponibilizam informações verídicas.
A rede também bloqueará hashtags que levem à publicações falsas e dará destaque as contas de organizações de saúde quando pesquisado sobre a pandemia.
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Assim como o Facebook, a rede social informou que excluiria publicações com informações falsas sobre a patologia. A plataforma também indicou que excluirá os conteúdos que forem julgados prejudiciais no combate a pandemia, o que inclui filtros que ‘diagnosticam’ pessoas infectadas.
Em um comunicado do Facebook, foi destacado que “nós removemos todos os efeitos já publicados e vamos rejeitar os novos que afirmem predizer, diagnosticar, tratar ou curar o coronavírus”.
Snapchat
Embora a rede social tenha perdido um pouco de seu espaço no Brasil, quando seu concorrente, o Instagram, adicionou a opção de ‘stories’ na plataforma, o Snap anunciou medidas para conter a disseminação de notícias falsas sobre a doença.
A plataforma salientou que deixa em destaque informações de saúde compartilhada por alguns de seus principais parceiros como
- NBC’s Stay Tuned;
- Sky News;
- Wall Street Journal;
- The Washington Post;
- CNN;
- NowThis.
A rede social afirmou que está incluindo alertas em alguns posts com informações controversas ou enganosas sobre a patologia, além de disponibilizar links para que os usuários tenham acesso a mais informações sobre o coronavírus.
Além disso, algumas publicações em que as informações sejam conflitantes com as orientações de especialistas da saúde podem ganhar avisos. Esses avisos estarão vinculados a uma fonte confiável externa, com informações extras.
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Entretanto o Twitter salientou que as publicações que apresentem riscos de danos, serão excluídas.
Além disso, em maio, chefe de integridade do site do site, Yoel Roth declarou que estava priorizando a remoção de publicações que diziam para as pessoas a pararem com o distanciamento social.
O aplicativo informou que visando evitar a disseminação de fake news, o limite de encaminhamento de mensagens foi atualizado. Com a atualização as mensagens que não foram escritas pelo próprio usuário que pretende reenvia-las a mais pessoas, só podem ser encaminhadas para um contato por vez.
Através de um comunicado, o aplicativo destacou que “geralmente, as mensagens encaminhadas muitas vezes podem conter informações falsas e não são tão pessoais quanto as mensagens típicas enviadas pelos seus contatos no WhatsApp. Agora, atualizamos o limite de encaminhamento para que essas mensagens só possam ser encaminhadas para uma conversa por vez”.
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“Temos visto um aumento significante na quantidade de mensagens encaminhadas que, de acordo com nossos usuários, podem contribuir para a disseminação de boatos e informações falsas”, completou.
A comunicado ainda destacou que a plataforma está trabalhando “diretamente com governos e organizações não governamentais, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e Ministérios da Saúde de mais de 20 países, para ajudar a levar informações confiáveis à população. Juntas, essas organizações já enviaram centenas de milhões de mensagens a pessoas no mundo todo que buscam informações e dicas sobre como lidar com a pandemia”.
Além disso, o governador de São Paulo, João Doria(PSDB), se juntou ao WhatsApp e firmaram “uma nova parceria tecnológica, sem custos, com o WhatsApp, a quem agradeço pela solidariedade”, informou Doria. “Passamos a contar com o SP Perguntas, um canal gratuito de informações para que a população possa tirar dúvidas e aumentar a prevenção contra o coronavírus. É a tecnologia a favor de salvar vidas e integrar as pessoas na sua proteção e na proteção das suas comunidades”, completou.
Papel dos usuários
Além disso, os usuários das redes sociais também podem ajudar na disseminação de informações verdadeiras sobre a pandemia de coronavírus, adotando medidas simples como, escolher fontes de informações confiáveis, evitar disseminar notícias falsas e não compartilhar mensagens que não se tem certeza da veracidade.