Coronavírus pode se tornar pandemia global, diz agência reguladora norte-americana

Segundo a Food and Drug Administration (FDA), agência que regula o mercado alimentício dos Estados Unidos, o coronavírus (Covid-19) poderá se tornar uma pandemia.

Peter Marks, chefe do Centro de Avaliação e Pesquisa em Biologia da organização, disse que “para todos os efeitos, acho correto dizer que estamos à beira da pandemia” a respeito do coronavírus. “Isso definitivamente vai acontecer? Não, mas há uma preocupação significativa, já que da noite para o dia temos casos em seis continentes.”

Por mais que os Estados Unidos tenha apresentado menos casos da doença do que alguns países da Europa e, principalmente, na China, os reguladores norte-americanos permanecem atentos à contenção da epidemia. As declarações foram feitas na SVB Leerink Global Healthcare Conference, que acontece em Nova York, do dia 25 a 27 de fevereiro.

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“Do nosso ponto de vista na FDA, nosso objetivo é manter as coisas o mais ordenadas possível e tentar manter quantidades adequadas de suprimentos na cadeia de fornecedores”, afirmou Marks.

A FDA procura fornecedores e manufatura alternativos de itens como aparelhos médicos e medicamentos importantes, por conta da paralisação na China, disse o chefe da agência reguladora. “Somos dependentes – para alguns de nossos produtos médicos em 90% ou mais – das importações”, afirmou, destacando itens como seringas, máscaras e capas.

O elevado número de casos confirmados fora do território chinês, epicentro da epidemia, fez com que os estadunidenses ficassem em alerta. Por isso, as autoridades de saúde estão em máxima atenção sobre o potencial de uma pandemia mundial. O coronavírus já chegou a pelo menos 40 países.

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Na última quarta-feira (26), o Brasil confirmou o primeiro caso de coronavírus no País. Um homem de 61 anos, que esteve em viagem à Itália no início deste mês, havia testado positivo para o vírus no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. O exame foi submetido ao teste de contraprova no Instituto Adolfo Lutz, sendo confirmado posteriormente.

Além disso, a Itália se tornou o país europeu mais atingido pela epidemia. Com novos casos confirmados em Lombardia e Veneto, norte do país, são 11 mortes no território italiano, além de mais de 380 infecções.

Combate ao coronavírus

O evento em Nova York foi tomado por apresentações e painéis acerca da epidemia que assola o planeta. Cody Meissner, especialista em doenças infecciosas e professor de pediatria na Faculdade de Medicina da Universidade Tufts, relatou durante sua apresentação que “provavelmente há mais casos nos Estados Unidos do que se imagina”.

Empresas de todo o mundo procuram desenvolver possíveis medicamentos e vacinas para combater o vírus. Peter Marks concorda com a avaliação de uma autoridade da Organização Mundial da Saúde (OMS) e salientou os avanços da Gilead Sciences, companhia de biofarmacologia norte-americana, em seu medicamento experimental.

“Quando você tem um surto tão grande como o da China, pode estudar essas coisas em ensaios randomizados de forma razoavelmente eficaz”, disse. “E podemos ter uma resposta em um futuro não muito distante sobre a existência de um agente antiviral que possa funcionar.”

A Gilead informou, na última segunda-feira (24), que o resultado de dois testes para uma possível vacina para o coronavírus deve ser revelado em abril.

Jader Lazarini

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