Coronavírus talvez nunca tenha vacina, afirma OMS

Segundo o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, uma vacina ou cura para o novo coronavírus (Covid-19) pode nunca ser descoberta. A declaração foi dada nesta segunda-feira (3) em entrevista coletiva da organização.

“Não existe bala de prata no momento e talvez nunca exista”, afirmou Adhanom. Todavia, o diretor-geral salientou que existem imunizações ao coronavírus na última fase de testes, mas existe a possibilidade de que nenhuma dessas ofereça proteção da forma esperada.

“Há preocupação de que talvez não tenhamos uma vacina que funcione. Ou que a proteção oferecida possa durar apenas alguns meses, nada mais”, disse. De acordo com a organização, são 25 vacinas já sendo testadas em seres humanos, seis delas estão na última fase de testes, período que antecede a conclusão dos estudos.

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Adhanom também ressaltou que a maioria da população mundial permanece vulnerável à contaminação, mesmo em localidades que registraram grandes surtos de infecções. Segundo a OMS, estudos sorológicos demonstram que o percentual de pessoas que desenvolveram anticorpos contra o vírus, após contraírem a doença, é menor de 10%.

Embora questione a possibilidade da criação de uma vacina ou remédio, a organização salientou a necessidade da continuidade da aplicação de medidas com o intuito de mitigar a disseminação da pandemia.

A OMS aconselha que os países realizem a identificação dos casos, rastreamento de contatos e isolamento de contaminados. Para a população, a organização indica o distanciamento social, higienização das mãos com constância além do uso de máscaras em locais públicos, entre outras medidas. “Se fizermos tudo, se adotarmos uma abordagem abrangente, podemos mudar isso”, disse Adhanom.

Brasil deve repensar como combater o coronavírus, diz OMS

Na entrevista coletiva, a OMS alertou que não existirá solução mágica contra a Covid-19 no Brasil. A organização salientou que o País precisará percorrer um “longo caminho” para sair da crise, e recomenda que as autoridades governamentais repensem suas medidas para superar a pandemia.

“A situação no Brasil continua sendo de grande preocupação, com muitos estados relatando muitos casos”, afirmou Mike Ryan, diretor de operações da organização.

Citando que o Brasil continua reportando 60 mil casos e mais de mil mortes por dia, Ryan salientou que a transmissão continua intensa e alerta que “existem poucas rotas” para a saída da crise.

“Isso só pode ser feito com uma parceria forte entre governo federal, estadual e comunidade”, salientou o irlandês. Atualmente, o Brasil possui 2,73 milhões de casos confirmados pelo coronavírus, além de 94,1 mil mortes.

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Jader Lazarini

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