O aumento do número de casos envolvendo o coronavírus na China está pressionando os principais produtores de petróleo do mundo a reduzir ainda mais sua produção. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Rússia já estão discutindo como responder à crise, segundo as informações divulgadas pelo cartel nesta segunda-feira (27).
A infestação do coronavírus infectou cerca de 2.744 pessoas. Das 81 mortes, 76 aconteceram na província de Hubei, onde fica a cidade de Wuhan, o local de concentração da doença. A propagação da doença levantou preocupações sobre o maior importador de petróleo do mundo.
A preocupação fez com que os futuros do petróleo Brent, a referência internacional da commodity, chegasse à mínima dos últimos quase quatro meses.
Confira: Coronavírus: Bolsas na China devem ficar fechadas até a próxima segunda-feira
Por hora, não existem planos para uma reunião de emergência. Mas as preocupações com a demanda chinesa pelo petróleo estão levando em consideração discussões entre o cartel e a Rússia para reduzir mais produção ou estender cortes até o final de 2020, disseram os ministros da Organização.
“Cortes mais profundos são uma das opções em discussão”, afirmou uma autoridade da OPEP.
Coronavírus reforça cortes na produção de petróleo
No mês passado, uma coalizão de 24 produtores de petróleo, encabeçada pela Arábia Saudita e pela Rússia, consentiram em cortar a produção em mais 500.000 barris por dia, retraindo o total de 1,7 milhão de barris por dia. A decisão deve ser revista em março.
O príncipe da Arábia Saudita, Abdulaziz Bin Salman, ministro da Energia do reino, atribuiu a queda do preço do petróleo a “fatores psicológicos”, salientando que isso teria “um impacto muito limitado na demanda global de petróleo”. O país demonstrou cautela acerca de qualquer reação ao surto do vírus.
Salman afirmou que um surto de um vírus semelhante ao coronavírus, a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), em 2003, não causou uma redução significativa no consumo de petróleo.
Notícias Relacionadas