Coronavírus: número de vítimas na China sobe para 425
O governo da China informou nesta segunda-feira (3) (terça-feira 4 no horário local) que o número de mortes provocadas pela epidemia de coronavírus superou 425 pessoas.
As autoridades chinesas também informaram que no total há 19,5 mil pessoas infectadas pelo coronavírus. Somente no dia 3 de fevereiro foram 2.345 novas infecções.
Na província de Hubei, epicentro da epidemia, mais de 13.522 casos foram registrados no total. Desses, 10.990 estão em tratamento em algum hospital, enquanto 58.544 pessoas estão em observação.
Emergência internacional
Na última quinta-feira (30) a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o estado de emergência de saúde pública de âmbito internacional (PHEIC, na sigla inglesa) por causa da epidemia.
Por causa do surto de coronavírus, muitas companhias aéreas suspenderam os voos com a China. Além disso, Rússia, Coreia do Norte, Mongólia e Vietnã fecharam as fronteiras com a China, enquanto alguns países pararam de emitir vistos para cidadãos chineses, impedindo dessa forma o acesso em seus territórios.
Por sua vez, o ministro da Saúde do Brasil, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que o governo elevará o grau de ameaça do coronavírus para emergência em saúde pública em território nacional.
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O ministro salientou que embora nenhum caso tenha sido confirmado no país, o governo decidiu antecipar a medida. A decisão é uma forma de agilizar a construção de estruturas para atendimento de pessoas infectadas e para a contenção do vírus no País.
Além disso, a compra de equipamentos e medicamentos será destinada ao atendimento dos cidadãos brasileiros que serão trazidos pelo governo de Wuhan.
Gripe aviaria além de coronavírus
Além da epidemia de coronavírus, a China está enfrentando um surto de gripe aviária H5N1. O epicentro do vírus foi localizado na província central de Hunan, que faz fronteira com a província de Hubei.
O primeiro surto de gripe aviária foi localizado em uma propriedade rural no distrito de Shuangqing, na cidade de Shaoyang, matando 4,5 mil das 7.850 galinhas da propriedade. O local está cerca de 500 km de distância da cidade de Wuhan, capital da província de Hubei.
Segundo um comunicado do Ministério da da Agricultura e Assuntos Rurais da China, para conter o surto as autoridades locais abateram outras 17.828 aves nas proximidades.
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Ainda não foram relatados casos de infeção humana pelo vírus H5N1 na província de Hunan.
Entre 2003 e 2019, a OMS registrou um total de 861 casos confirmados de H5N1 em humanos no mundo inteiro. Entre eles, 455 morreram. Na China, houve 53 casos humanos de infecção por gripe aviária, nos últimos 16 anos, e foi registrado um total de 31 mortos.
Bolsas de Valores em queda
As Bolsas de Valores da China apresentaram, no encerramento do pregão, quedas expressivas. Nesta segunda-feira (3), os índices dos mercados acionários registraram baixas de mais de 7%. A desvalorização é devido aos efeitos do coronavírus na economia chinesa.
A principal Bolsa da China, Xangai, fechou em queda de 7,72%, a 2.746,61 pontos. Por sua vez, os papéis negociados na Bolsa de Shenzhen despencaram 8,41%. alcançando 1.609,00 pontos.
Essa é a primeira reabertura dos mercados chineses após o feriado prolongado do Ano Novo Chinês, iniciado no dia 23 de janeiro. O governo de Pequim prorrogou compulsoriamente o feriado para tentar conter o surto da doença e limitar os efeitos na economia. A reabertura era prevista para o dia 31 de janeiro. No entanto, a queda ocorreu mesmo com essa medida.
Demanda de petróleo despenca com coronavírus
A demanda por petróleo na China despencou 20%, o equivalente a três milhões de barris por dia. A queda se deve ao impacto do coronavírus na economia chinesa.
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A China é a maior importadora de petróleo do mundo, o país consome cerca de 14 milhões de barris por dia, esse valor é equivalente ao consumo da França, Alemanha, Itália, Espanha, Reino Unido, Japão e Coreia do Sul, juntos. A desvalorização é uma demonstração do efeito do vírus no mercado.
Trata-se do maior choque de demanda sofrido pelo mercado de petróleo desde a crise financeira global de 2008-2009 e os ataques de 11 de setembro. Os analistas especulam que possa haver uma intervenção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), para reduzir a produção e conter a queda dos preços. A desvalorização está a caminho do menor fechamento em quatro meses.