Coronavírus: executivos italianos doam dias de férias para evitar demissões
Como diz o velho ditado, “é nas emergências que o homem consegue dar o melhor e o pior de si”. E em uma emergência como a do coronavírus (covid-19), que obrigou muitas empresas a fechar e dispensar seus funcionários, um grupo de executivos italianos decidiu mostrar o lado melhor da humanidade.
Na Itália, País mais afetado pela pandemia de coronavírus, não são somente os hospitais que enfrentam dificuldades garantir os atendimentos. Mas também o sistema de segurança social. O site do INSS local, o INPS, está registrando problemas no funcionamento por causa do número de acesso de pessoas que pedem auxílio desemprego ou renda emergencial.
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Por isso, os executivos da geradora e distribuidora de energia elétrica Iren decidiram doar para os funcionários suas férias acumuladas. Um montante de 350 dias de folgas retribuídos, para tentar desafogar o sistema de assistência social italiano, ajudar os colegas menos qualificados a se sustentar e tentar evitar demissões de colegas menos qualificados.
Acordo com os sindicatos para enfrentar o coronavírus
Essa doação foi possível graças a um acordo com os sindicatos, que a Iren se comprometeu a respeitar até dia 30 de abril. Os primeiros a doar foram os gerentes (principalmente o CEO Massimiliano Bianco), mas outros executivos também sinalizaram a disponibilidade para a direção da empresa e decidiram doar alguns dias para colegas que não têm férias sobrando.
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Foi criado um fundo comum onde cada funcionário pode doar até um máximo de 5 dias em favor dos colegas. A Iren não apenas permitiu o mecanismo de solidariedade, mas também prometeu dobrar os dias doados durante a pandemia de coronavírus.
A geradora e distribuidora de energia elétrica também atuou em outras frentes contra o coronavírus. Além de garantir home office para 2.900 funcionários, a empresa também começou a produzir álcool gel para distribuir em locais onde há falta do produto.
No Brasil seria possível?
Infelizmente, mesmo querendo, uma iniciativa desse tipo não seria possível no Brasil. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), mesmo após a reforma do governo Michel Temer, não prevê iniciativas desse tipo.
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A rigidez das leis trabalhistas brasileiras, mais uma vez, impede que as empresas possam atuar autonomamente em prol de seus funcionários, mesmo se em uma situação de emergência com a pandemia de coronavírus.