Um hotel italiano da renomada localidade turística de Cortina d’Ampezzo, no norte do país, iniciou na última segunda-feira (21) um processo contra o governo da China por danos provocados pelo coronavírus (covid-19).
O tradicional Hotel de la Poste, de propriedade da família Manaigo, iniciou um procedimento judicial contra o Ministério da Saúde da República Popular da China por danos provocados pelo coronavírus.
A ação foi iniciada no Tribunal de Belluno e se baseia no fato que o Executivo chinês “não informou imediatamente a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a real situação do vírus e seus graves efeitos letais entre novembro e dezembro de 2019″, além de “não tendo tomado as medidas de controle necessárias nos aeroportos chineses”.
O hotel também acusa a China de ter provocado o fim da temporada de esqui no local e também das finais da Copa do Mundo de Esqui Alpino entre 18 e 22 de março de 2020.
Coronavírus provocou fim da temporada
A estrutura turística já tinha recebido um grande número de reservas, registando a lotação dos quartos. Entretanto, após o início da pandemia de coronavírus, que atingiu a Itália de forma dramática, provocando mais de 22 mil mortos, todas as reservas foram canceladas.
“No nível legal o documento judicial deve ser entregue em duas cópias, em italiano e chinês, também ao Ministério da Justiça da Itália, conforme previsto pelos acordos internacionais existentes entre os dois países. E isso certamente foi uma complicação adicional do ponto de vista processual”, explicou o advogado Marco Vignola, que representa o hotel.
A citação indica que o “fechamento antecipado do hotel e todos os serviços relacionados” foi realizado em 12 de março “no auge da temporada de esqui invernal”, com “conseqüências desastrosas também para a demissão de toda a equipe do hotel” e o cancelamento de contratos de fornecimento, como aconteceu com todas as outras estruturas turísticas em Cortina d’Ampezzo.
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O Hotel de la Poste pede ao Tribunal de Belluno que verifique “as graves omissões” do governo chinês, que “impediram ao governo italiano de tomar prontamente medidas de ordem pública e sanitária, o que certamente teriam minimizado os inconvenientes e as conseqüências negativas decorrentes do coronavírus”.
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