Coronavírus: governo utilizará telefones para monitorar aglomerações
Cinco operadoras telefônicas e o Ministério de Ciência e Tecnologia (MCTIC) fecharam um acordo que usará dados celulares para monitorar pontos de aglomeração durante o período de pandemia do novo coronavírus. Embora o acordo tenha sido feito na última semana, só foi divulgado nessa quinta-feira (2).
Durante o período de isolamento social por causa do coronavírus o Ministério terá acesso aos dados que, de acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados e com o Marco Civil da Internet, serão anônimos e organizados de forma agregada e estatística. Além disso as informações ficarão em uma nuvem pública, chamada “data lake”.
As companhias que fazem parte do acordo são:
- Oi (OIBR3; OIBR4; OIBR11);
- Claro;
- Algar;
- Vivo;
- Tim (TIMP3).
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Marcos Ferrari, presidente do SindiTelebrasil, representante das maiores operadoras do Brasil, informou que “esses dados serão colocados numa nuvem pública. A partir daí é com o governo, ele que determina a governança desses dados que estarão na nuvem”.
O Ministério disse em nota, que possui uma sala de acompanhamento do tema e que poderia disponibilizar as informações a todas as esferas do poder público.
Dados servirão para apontar onde há migração do coronavírus
Além disso, o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, salientou “isso vai ser servir ao Ministério para dizer para onde pode haver migração do vírus ou setores de hospitais que estarão mais carregados”, e completou dizendo que “não existe nenhum problema com privacidade”.
Em relação a privacidade, o fundador do Data Privacy Brasil, Bruno Bioni, informou que “Passou o debate se deve ou não haver tratamento de dados à Covid-19. É consenso nas autoridades de proteção de dados ao redor do mundo que deve ser feito esse tratamento”.
Ele ainda completou “essas medidas têm que ser divulgadas para que o cidadão e outros agentes possam fazer escrutínio público. A proteção de dados não é um obstáculo, mas um ativo para que seja gerada uma inteligência e para que não haja ainda mais danos do que aqueles experimentados com a pandemia”.
Por fim, Bioni disse que os dados podem ser divulgados ao governo de maneira indireta. Ou seja, as operadoras poderiam repassar as informações em forma de mapas, por exemplo, indicando os pontos com aglomeração acentuada.
Além disso, a Telefônica (VIVT3; VIVt4) fechou um acordo parecido com o governo de São Paulo, e a Tim se juntou com a prefeitura do Rio de Janeiro, para evitar aglomerações durante o período de isolamento social por causa do coronavírus.