O presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez, afirmou, no último sábado (14), que o país entrou em estado de emergência devido à pandemia do coronavírus (Covid-19).
De acordo com a imprensa espanhola, que teve acesso a um rascunho do processo, a partir das 8h da próxima segunda-feira (16), entrará em vigor um decreto que determina a circulação de pessoas somente em casos de estrita necessidade. O governo não comentou oficialmente tais informações.
O estado de emergência, que deve vigorar pelos próximos 15 dias, fará com que os cidadãos espanhóis circulem no país somente para as seguintes atividades:
- Compra de alimentos, produtos farmacêuticos e necessidades básicas
- Ida ao local de trabalho
- Ida à instituições financeiras
- Ida aos centros de saúde
- Assistência a idosos, menores, dependentes, pessoas com deficiência ou
- pessoas vulneráveis
- Retorno ao local de residência habitual
- Por força maior ou necessidade
- Qualquer outra atividade de natureza análoga devidamente justificada
As operações de ônibus, embarcações, trens e linhas aéreas devem cortar seus serviços em 50%. Trens, aviões e ônibus poderão circular apenas com metade da capacidade de lotação.
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Uma reunião da liderança da Espanha sobre a implementação das medidas ainda estava em andamento no último sábado e existe a possibilidade de que alguns protocolos sejam alterados. O decreto, no entanto, não prevê o fechamento das fronteiras do país.
Medidas anteriores não contiveram o coronavírus
Nas últimas duas semanas, o governo espanhol realizou algumas políticas graduais de contenção do coronavírus, no entanto, não impediram o aumento das infecções e mortes pela doença.
Apenas desde a tarde da última sexta-feira, o país registrou 1,5 mil novos casos, elevando o total de infecções pela epidemia a 5,75 mil, com 136 mortos. O país é o segundo europeu mais afetado, somente a Itália tem mais casos confirmados. A esposa de Sánchez, inclusive, é uma das infectadas.
As autoridades já tinham colocado em quarentena várias cidades onde o vírus estava concentrado, determinando o fechamento de escolas e universidades. Os jogos do campeonato de futebol profissional, a La Liga, foram adiados sem data prevista para o retorno.
Além disso, foram anunciadas medidas para reforçar o sistema de saúde nacional. O Executivo do país aprovou a injeção de 4,22 bilhões de euros (R$ 22,85 bilhões) nos serviços dos 17 governos regionais.
O governo também projeta minimizar o impacto do coronavírus no turismo, com uma injeção de 400 milhões de euros (R$ 2,16 bilhões) em créditos para o setor. A Bolsa de Madri apresentou uma queda de 14% na última quinta-feira (12), a maior de sua história. No dia seguinte, subiu 3,73%, a 6.629,60 pontos.
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