Coronavírus: demanda chinesa por carne bovina irá recuar no primeiro trimestre
Segundo informou a instituição financeira Rabobank, por meio de um relatório divulgado na última quinta-feira (27), a demanda chinesa por carne bovina, no primeiro trimestre deste ano, irá recuar devido ao coronavírus (Covid-19).
O temor pelo coronavírus pode conter o forte movimento nas exportações de carnes brasileiras. As companhias brasileiras do setor frigorífico tem se beneficiado da peste suína africana que assola a China desde setembro de 2018. A doença fez com que cerca de metade da criação de porcos no país fosse vitimada.
A instituição comentou que amplos estoques chineses de carne bovina congelada, localizados em mercados locais, que seriam utilizados no Ano Novo Lunar, não foram consumidos por conta do vírus, o que, inclusive, chegou a fechar restaurantes em algumas cidades.
De acordo com o Rabobank, esses restaurantes podem continuar fechados até meados de março, uma vez que os residentes tem evitado estarem em locais públicos.
“Restaurantes de serviço rápido podem ser os menos impactados, enquanto restaurantes ‘hotpot’ e de serviços completos sofrerão uma queda acentuada nas vendas no primeiro semestre”, informou a instituição holandesa.
Coronavírus ameaça o bom desempenho da indústria frigorífica
De acordo com a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafigo), as exportações de carne bovina brasileira, no ano passado, atingiram uma receita de US$ 7,5 bilhões (cerca de R$ 33,7 bilhões), devido a uma forte demanda chinesa, representando 26,6% do volume exportado. Considerando Hong Kong, essa participação sobe para 45%.
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JBS (JBSS3), Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) foram algumas das empresas que se beneficiaram neste período.
Demonstrando-se incerto acerca da chance do coronavírus ser contido ainda no primeiro trimestre deste ano, o Rabobank citou a possibilidade da indústria de restaurantes e turismo continuarem enfrentando dificuldades até meados do segundo trimestre.
“Os menores volumes de vendas significam que a demanda por carne bovina será mais fraca do que em anos normais no primeiro semestre”, salientou o relatório em função dos efeitos do coronavírus.