Em entrevista coletiva da Organização Mundial da Saúde (OMS) na manhã desta segunda-feira (10), Michael Ryan, diretor-executivo da organização, disse que a curva de mortes pelo novo coronavírus (Covid-19) no Brasil “está achatada, mas não diminuindo”. Além disso, Ryan ressaltou que a hidroxicloroquina não é a solução para a pandemia.
Quando questionado acerca do posicionamento do presidente Jair Bolsonaro quanto à medicação, o diretor da OMS salientou que não há comprovação da eficácia da substância no combate ao coronavírus.
Ryan apontou que, por mais que o Brasil tenha achatado a curva de infecções pela doença, ela não está abaixando, e continua colocando pressão sobre o sistema de saúde. “Numa situação assim, a hidroxicloroquina não é uma bala de prata ou uma solução”, disse.
O diretor da organização pontuou que o Brasil mantém um alto nível de transmissão de novos casos da doença. Segundo ele, são registrados de 50 mil a 60 mil novos casos todos os dias. No último domingo (9), de acordo com os dados compilados pelo consórcio de imprensa junto às secretarias de saúde dos estados do País, foram 22,2 mil novos casos nas 24 horas antecedentes, com uma média diária de 1.001 mortes nos últimos sete dias.
Embora não haja comprovação da eficácia da hidroxicloroquina por meio de estudos controlados, o diretor ressaltou que cada país tem soberania para decidir os tratamentos que entender corretos para o combate à pandemia.
No último sábado (8), o Brasil ultrapassou a marca de 3 milhões de infectados pelo novo coronavírus, com 100 mil mortes e mais de 2 milhões de recuperados. Em todo o mundo, a doença já registrou 19,9 milhões de casos, matando pouco mais de 730 mil pessoas. A OMS estima que, nesta semana, o número de infectados ultrapasse a marca de 20 milhões.
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