Coronavírus: Cuba iniciará testes de vacina em humanos

De acordo com autoridades sanitárias de Cuba, o país dará início aos testes em humanos de sua vacina contra o novo coronavírus (Covid-19) na próxima semana. Segundo o anúncio nesta quarta-feira (19), os resultados do projeto Soberana 01 devem ser divulgados em fevereiro de 2021.

Segundo o Registro Público de Ensaios Clínicos e o Centro de Controle Estatal de Medicamentos de Cuba, os testes da vacina que combata o coronavírus serão realizados em 676 pessoas que possuem entre 19 e 80 anos. O recrutamento será iniciado na próxima segunda-feira (24) e durará cerca de dois meses.

O protocolo dos testes exige que os voluntários não devam ter “alterações clinicamente significativas” e devem dar seu consentimento por escrito para receber a medicação. Previsto para ser encerrado em 11 de janeiro, o estudo deve ter sua conclusão apresentada no dia 15 de fevereiro.

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Em maio, o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, havia dito que “embora haja vacinas de outros países, precisamos das nossas para ter soberania”. O chefe de epidemiologia da ilha socialista, Francisco Durán, afirmou que a expectativa é que o país tenha acesso à vacina no primeiro trimestre do ano que vem.

Com 11 milhões de habitantes, Cuba registrava 3.408 casos da pandemia, com 88 mortos e 2.794 recuperados até a última segunda-feira (17). Assim, o país tem uma relação de 8 mortes a cada milhão de habitante — em comparação com o Brasil, a mesma relação trás o número de 524,52 mortes a cada milhão de habitante.

No último sábado (15), autoridades da Rússia relataram que, após constatar avanços na produção da vacina Sputnik V, poderiam reproduzi-la em território cubano. No entanto, os governantes da ilha não se pronunciaram oficialmente sobre o caso.

Rússia registra 1ª vacina oficial contra o coronavírus e inicia produção

O Ministério da Saúde da Rússia informou que iniciou a produção do primeiro lote da vacina contra o coronavírus no último sábado. “A produção de uma vacina contra a infecção por coronavírus desenvolvida pelo Centro de Pesquisa Gamaleya do Ministério da Saúde da Rússia, já começou”, disse a pasta em comunicado. Até janeiro do ano que vem está prevista a produção de cinco milhões de doses mensais.

Segundo o governo russo, a imunização foi testada em animais antes de ser aplicada em humanos, e, menos de dois meses depois, os humanos começaram a ser testados. No total, foram 38 pessoas e o Instituto Gamaleya não publicou nenhum resultado e nenhum estudo sobre os testes aplicados.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou no início da semana passada que “sei que [a vacina] é bastante eficaz, que proporciona imunidade duradoura”. O anúncio governo russo acontece logo após o aviso da OMS acerca das diretrizes estabelecidas para a criação segura de um medicamento que combata o coronavírus. O temor da organização é que, em meio à corrida política pela pioneira descoberta por uma vacina, as etapas necessárias sejam negligenciadas.

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Jader Lazarini

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