Coronavírus: confira as empresas da B3 com mais caixa do que valor de mercado
A recente queda Bolsas, causada em grande parte pelos temores em relação às implicações que o coronavírus (covid-19) deve trazer à economia, reforçou também um fenômeno curioso no mercado em que empresas são negociadas por um preço abaixo daquilo que possuem em caixa.
![Coronavírus: confira as empresas da B3 com mais caixa do que valor de mercado](https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2020/03/eb7f40f9-ibovespa_2-800x450.jpg)
De acordo com levantamento realizado pela consultoria Economatica, 18 empresas listadas na bolsa de valores de São Paulo (B3) possuem caixa superior ao próprio valor de mercado após a crise do coronavírus.
Coronavírus e Mercado Financeiro | Saiba quais oportunidades você pode estar perdendo
Entre as dez empresas com maior relação entre caixa e valor de mercado, listadas pela consultoria estão:
Empresas | Caixa Vs Valor de mercado |
PDG Real | 5,28 |
General Shoppings | 4,39 |
JSL | 2,21 |
GP | 1,75 |
Time for Fun | 1,69 |
Mangels | 1,53 |
Coteminas | 1,51 |
Marfrig | 1,45 |
Metalfrio | 1,37 |
BR Brokers | 1,24 |
Haga | 1,22 |
Le Lis Blanc | 1,18 |
Dommo | 1,14 |
Minerva | 1,13 |
Randon | 1,11 |
SulAmerica | 1,09 |
Positivo | 1,05 |
Oi | 1,00 |
O levantamento, realizado no dia 25 de março, leva em conta o último balanço disponível, já que os números do ano fechado de 2019 ainda não foram divulgados.
Apesar do indicador chamar a atenção, João Arthur Almeida, especialista de investimentos da SUNO Research, afirma que é necessário cuidado na análise pois algumas companhias podem ser o chamado “value trap”.
“Pode parecer uma boa opção de value investing por estar barata, mas
na verdade pode ser uma armadilha pois a empresa queima caixa”, disse.
“A empresa tem um caixa, mas a operação não rende. Então ela o utiliza para pagar as contas”, concluiu o especialista.
JSL, SulAmerica e Marfrig se destacam em meio ao coronavírus
Em relação as empresas em que a “sobra” de caixa é analisada de uma maneira positiva, a SulAmerica (SULA11), Marfrig (MRFG3) e JSL (JSLG3) se destacam, segundo análise de João Arthur Almeida.
De acordo com o especialista, a JSL possui um caixa grande, de cerca de R$ 6,3 bilhões, mas também uma dívida líquida na casa dos R$ 6 bilhões.
“Ela tem esse valor de caixa, mas também uma dívida líquida enorme. Contudo, é uma empresa ótima e deve se recuperar da crise”, disse.
Além disso, a SulAmerica, com um caixa de cerca de R$ 16,9 bilhões, tem por característica setorial um acúmulo de dinheiro para eventuais sinistros. Para Almeida, contudo, a companhia de seguros
“Mesmo assim, ter um caixa desse tamanho não é tão comum. E isso é positivo”, afirmou.
Em relação a Marfrig, João Arthur acredita que o fato de a companhia exportar commoditie deve auxiliar ainda mais o caixa, que já conta com 8,4 bilhões.
“A Marfrig, com dinheiro em caixa, deve sobreviver a crise do coronavírus“, completou.