Coronavírus causará queda 39% no PIB do turismo, segundo FGV
Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), o novo coronavírus (Covid-19) fará com que o Produto Interno Bruto (PIB) do setor de turismo caia 39% em 2020, para R$ 165,5 bilhões. No ano que vem, o montante será de R$ 259,4 bilhões, ainda 4% abaixo do registrado em 2019.
O setor de turismo inclui atividades de companhias aéreas até movimentos em bares e restaurantes, uma das áreas mais impactadas pela pandemia. Uma das medidas de contenção do coronavírus no Brasil e no mundo foi o incentivo ao isolamento social, com o intuito de restringir aglomerações e evitar o contágio da doença.
Segundo a FGV, no biênio 2020/2021, a perda total do setor atingirá R$ 116,7 bilhões, uma retração de 21,5% na produção total do intervalo. Além disso, para recuperar as perdas deste biênio, será necessário que o setor cresça 16,95% por ano em 2022 e 2023.
A expectativa da FGV é que o isolamento social no País dure cerca de três meses. O período de recuperação no turismo nacional será de 12 meses, enquanto o internacional poderá levar 18 meses.
Os dados citados pela FGV Projetos, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), demonstram que o setor de turismo corresponde a 3,71% do PIB do Brasil. É composto por diversas áreas afetadas de diferentes formas pelo isolamento social, como:
- Bares e restaurantes
- Hotéis e pousadas
- Transporte aéreo e rodoviário
- Aluguel de bens móveis (como locadoras de veículos)
- Atividades de agências e organizadores de viagens
De acordo com o estudo, mesmo com o fim do isolamento social, junto à queda de renda da população, as primeiras hipóteses é de que a demanda pelo setor de turismo e dos setores relacionados será diferente. A procura por viagens estará condicionada às condições sanitárias dos destinos, devido ao temor pelo coronavírus, tanto no ambiente doméstico como no exterior.
Coronavírus impactará setor aéreo até 2023
De acordo com um estudo da Bain & Company, gigante norte-americana do ramo de consultorias, o setor aéreo deverá sofrer os impactos negativos em sua cadeia, causados pelo coronavírus, até ao menos o fim de 2023.
Segundo a Bain & Company, o coronavírus fará com que fabricantes de aeronaves registrem quedas significativas ao longo dos próximos cinco anos. No início deste mês, o CEO da Boeing (NYSE: BA), Dave Calhoun, afirmou que a pandemia irá impactar a indústria aeroespacial global por um bom tempo.
Recentemente, a Embraer (EMBR3) lançou uma nova família de jatos, cuja a principal novidade é a economia de combustível. Devido à baixa demanda por petróleo em meio ao coronavírus, os preços da commodity estão na mínima de anos, o que fará com que as novas aeronaves da fabricante brasileira deixem de ser atrativas no momento.