Apenas na segunda quinzena de março, o comércio de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Brasília perderá R$ 25,3 bilhões devido ao novo coronavírus (Covid-19). A estimativa foi divulgada nesta terça-feira (24) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Essas quatro regiões correspondem a 52% do faturamento anual de todo o setor. Em São Paulo, por exemplo, os efeitos do coronavírus poderão gerar perdas de R$ 15,67 bilhões ao setor.
Esse montante representa uma queda de 29,9% sobre o faturamento normalizado do setor na cidade mais populosa da América Latina, no período de 20 de março a 5 de abril. Foi decretada quarentena total a partir desta terça-feira pelo governador do estado, João Dória. Continuam funcionando apenas serviços de extrema necessidade, como supermercados, farmácias e postos de gasolina.
Foi estabelecido um decreto similar no Distrito Federal desde a última quinta-feira (19), o que deve gerar perdas de R$ 815,33 milhões até dia 5 de abril. Segundo a CNC, a queda de faturamento do setor será de 30% em relação ao resultado usual. Em Minas Gerais, os efeitos negativos para o intervalo de 23 de março a 10 de abril atingem R$ 4,45 bilhões.
No Rio de Janeiro, o governo estadual determinou o fechamento de shopping centers e reduziu em 30% o horário de funcionamento dos estabelecimentos. Além disso, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, determinou o fechamento de estabelecimentos não essenciais, como São Paulo. A CNC calcula uma perda de R$ 3,6 bilhões no período.
“Projetar a gravidade e a extensão da atual crise sobre a economia e, mais especificamente, sobre o varejo esbarra na dificuldade de se estimar, neste momento, a magnitude da pandemia de coronavírus no país”, informou a confederação nesta terça-feira.
Embora a CNC já afirme que a sua projeção de crescimento do setor pra 2020, de 3,5%, esteja descartada, não informou qual é a nova estimativa.
“Com o registro de novos casos [do coronavírus] ainda em aceleração no Brasil, neste momento ainda não é possível estimar o comportamento dos fatores condicionantes do consumo (mercado de trabalho, inflação, condições de crédito e confiança de consumidores e empresários) nos próximos meses”, salienta a CNC.