O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta quinta-feira que o Comitê de Política Monetária (Copom) chegará à sua próxima reunião, de 18 e 19 de junho, “aberto às possibilidades”. O colegiado decidiu eliminar o “forward guidance” da comunicação no encontro mais recente, de maio.
Em palestra na final da Olimpíada Brasileira de Economia, em São Paulo, Galípolo elogiou as explicações do presidente do BC, Roberto Campos Neto, sobre os trade-offs que a autoridade monetária tem de considerar nas reuniões do Copom.
“Muitas vezes os dados não estão indicando para o mesmo lado e é a composição que estamos analisando e é por isso que estamos indo sem um guidance para a próxima reunião, abertos às possibilidades que existem”, afirmou Galípolo.
“A intenção é justamente não fornecer nenhum tipo de guidance.”
O diretor do Banco Central lembrou que as condições financeiras do Brasil se apertaram depois da decisão do Copom de maio, quando a taxa Selic foi reduzida em 0,25 ponto porcentual, para 10,5%.
Ele também destacou que o crescimento da economia vem surpreendendo positivamente, mas evitou uma avaliação sobre se isso responde ou não a um aumento do PIB potencial.
Segundo o diretor, ainda é difícil observar um crescimento de produtividade em alguns setores compatível com essa elevação.
Copom deve interromper redução da Selic e inflação deve ficar a 3,7% neste ano, diz XP
A XP espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) interrompa o ciclo de redução na taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, em sua próxima decisão. A próxima reunião está agendada para os dias 18 e 19 deste mês. No último encontro, houve um corte de 0,25 ponto percentual, em uma decisão dividida, contrariando o guidance anterior que indicava uma redução de 0,5 ponto percentual.
“O desafio da política monetária aumentou com a alta das expectativas de inflação. Acreditamos que o Copom interromperá o ciclo de flexibilização na próxima reunião (em 10,50%). Diante do nível de incertezas acima do usual, consideramos, por ora, o mesmo patamar para 2025”, dizem os analistas.
O banco estima que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) será de 3,7% em 2024 e de 4,0% em 2025. Além disso, mantém a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2,2% para este ano e 1,7% em 2025.
“A inflação de curto prazo segue bem-comportada a despeito da deterioração das expectativas, incertezas sobre o impacto das enchentes no Rio Grande do Sul e mercado de trabalho aquecido”, pontua sobre o indicador, que afeta as decisões do Copom.
Com Estadão Conteúdo