Copom não ‘errou a mão’ e adequou política monetária, diz diretor do BC
O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, disse que não crê que o Comitê de Política Monetária – o Copom – tenha ‘errado a mão’ em suas decisões recentes.
Segundo o diretor do Banco Central, o Copom adequou a política monetária aos processos de desinflação.
“Nós temos dito que a inflação tem desacelerado, mas precisamos levar a inflação à meta. Esse é o nosso mandato”, disse Guillen, em palestra no Global Emerging Markets One-on-One Conference, evento organizado pelo UBS/UBS BB, em Nova York.
Guillen afirmou ainda que não vê sentido mudar a taxa real de juros neutra, mas que pode atualizá-la se achar necessário.
“Nós não estamos vendo isso. Nós atualizamos a taxa neutra em junho e penso que estamos confortáveis com o número”, concluiu.
No último movimento, a autoridade monetária aumentou a sua estimativa de juro neutro, de 4,5% para 4,75%.
Guillen diz que intervenções foram ‘para prover liquidez’
Durante o evento, o diretor de Política Econômica do Banco Central ainda declarou que a decisão da instituição de intervir recentemente no mercado cambial não tem qualquer relação com a defesa de nível ou outro motivo similar.
“Estamos em um regime de câmbio flutuante livre, meta de inflação, arcabouço, nada mudou”, disse.
O BC decidiu entrar no mercado no último dia 20 para conter possíveis oscilações no mercado causadas por saídas em dia de rebalanceamento do EWZ, um ETF brasileiro no exterior.
A instituição voltou a fazer operações nesta quinta-feira (5).
“Ambas foram relacionadas a pontos muito concretos, pontuais. Decidimos prover liquidez”, explicou o diretor, avaliando que houve alguma confusão no mercado com a atuação, mas que nada foi alterado em relação ao papel de intervenção do BC.
“Foi realmente para evitar qualquer disfuncionalidade no mercado, como é sempre o caso”.
Mercado espera que Copom segure Selic até o fim do ano
Conforme a edição mais recente do Boletim Focus, divulgada nesta segunda (2), o consenso do mercado financeiro tem expectativas de que a Selic feche o ano no mesmo patamar da atualidade, em 10,50%. Já para o ano que vem, a expectativa é de juros básicos em 10%.
Com Estadão Conteúdo