O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou nesta quarta (6) que mantém a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 6,5% ao ano.
Trata-se da sétima manutenção da Selic consecutiva. Desde o começo da série histórica da instituição em 1986, é o menor patamar para a taxa básica de juros.
Expectativa era de manutenção
O mercado já apostava que não haveria alteração, de acordo com o Boletim Focus divulgado na última segunda (4).
Provavelmente, foi a última reunião comandada pelo atual presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. O líder do órgão foi indicado pelo ex-presidente da República Michel Temer.
Jair Bolsonaro, presidente do Brasil desde 1º de janeiro, já indicou Roberto Campos Neto para a chefia do Banco Central. Entretanto, a aprovação do Senado é necessária para Neto assumir o posto.
“Goldfajn entregará o bastão em meio a expectativas de inflação bem estabilizadas, facilitando as condições financeiras, e os mercados começam a atribuir alguma probabilidade a cortes residuais este ano”, constatou o Santander, em comunicado ao G1.
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Calendário Copom 2019
Confira abaixo quando ocorrerão as reuniões do Copom em 2019:
- 221ª: 19 e 10 de março
- 222ª: 07 e 08 de maio
- 223ª: 18 e 19 de junho
- 224ª: 30 e 31 de junho
- 225ª: 17 e 18 de setembro
- 226ª: 29 e 30 de outubro
- 227ª: 10 e 11 de dezembro
Meta para a inflação em 2019
A manutenção da taxa Selic, pelo COPOM, tem por objetivo o cumprimento da meta de inflação determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Assim, a taxa básica de juros é uma ferramenta para conduzir a política monetária do País.
Confira as metas estabelecidas pelo CMN para a inflação nos próximos anos:
- 2019: 4,25%, com intervalo de tolerância de 1,5% (entre 2,75% e 5,75%)
- 2020: 4%, com intervalo de tolerância de 1,5% (entre 2,5% e 5,5%)
Assim, há duas alternativas para guiar a manutenção dos juros:
- Projeções para inflação alinhadas à meta do CMN: o COPOM pode reduzir os juros básicos.
- Projeções para inflação não alinhadas à meta do CMN: o COPOM pode aumentar os juros básicos.
Nas últimas semanas, os investidores tem reduzido a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Mercado (IPCA) de 2019. No último Boletim Focus, a projeção caiu de 4% a 3,94%.
O IPCA é o indicador oficial da inflação no País, e é divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mensalmente.
Paralelamente, com as expectativas para o IPCA caindo, desceu também a estimativa para a taxa Selic: de 7% a 6,5%.