Copom: Itaú espera retirada de forward guidance, mas com juros estáveis

O Itaú Unibanco (ITUB4) espera que o Comitê de Políticas Monetárias (Copom) do Banco Central (BC) retire o forward guidance de sua comunicação, porém ainda mantenha a taxa Selic na mínima histórica de 2,00% ao ano, informou a instituição financeira nesta quarta-feira (14).

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O forward guidance foi um instrumento adicional adotado pelo BC no ano passado a fim de sinalizar a intenção de um movimento ou manutenção da taxa básica de juros. Na visão do Itaú, o comunicado da última reunião do Copom em dezembro sinaliza a possibilidade de um abandono deste instrumento.

O banco baseia sua previsão no registro de que projeções e expectativas de inflação para 2022 já se situavam próximas à meta. Dessa forma, o Copom poderia retirar o forward guidance na medida em que o horizonte relevante de política monetária migre para o próximo ano.

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Além disso, o Itaú também destaca que, no Relatório de Inflação, também de dezembro, o BC mostrou projeções que deixam “certo espaço para surpresas inflacionárias altistas” no primeiro trimestre de 2021.

“A divulgação do IPCA [Índice de Preços ao Consumidor Amplo] de dezembro, bem como a permanência do câmbio em patamar historicamente depreciado (apesar da forte alta recente em preços de commodities) aumentam ainda mais tal espaço, a nosso ver. Tudo isso sugere que o Copom deve retirar o forward guidance de sua comunicação, de modo a aumentar a flexibilidade do comitê para ações futuras”, avaliou a instituição financeira.

Sem forward guidance Copom deve elevar da Selic?

Em sua projeção, o Itaú considerou que a retirada do forward guidance não leva “mecanicamente” a uma elevação da taxa de juros no curto prazo. “O momento e o ritmo de elevação da taxa de juros dependerão da evolução da inflação”, destacou o banco.

Desse modo, na hipótese de novas surpresas no IPCA ou piora do balanço de riscos, a instituição avalia que a Selic pode subir mais cedo.

Do outro lado da moeda, no caso de uma contração da economia ou apreciação mais intensa do real já neste primeiro trimestre de 2021, o início do ciclo de alta poderia ser postergado.

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“Para que a retirada do forward guidance não seja interpretada como um sinal de alta iminente da taxa de juros, esperamos que o comitê reforce em sua comunicação que atuará de acordo com o receituário do regime de metas para a inflação, que se baseia na avaliação da inflação prospectiva e de seu balanço de riscos”, concluiu o Itaú.

Para 2021, o banco espera que as projeções de inflação do comitê no cenário base devam aumentar de 3,4% para 3,5%, e permanecer estáveis em 3,4% para 2022.

O Copom voltará a se reunir nos dias 19 e 20 de janeiro.

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Arthur Guimarães

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