Ícone do site Suno Notícias

Hoje é Super Quarta! O que esperar das decisões do Copom e do Fomc?

Fachada do Banco Central do Brasil. Foto: Raphael Ribeiro/BCB

Fachada do Banco Central do Brasil. Foto: Raphael Ribeiro/BCB

Hoje (31) temos a chamada “Super Quarta”, dia que marca as decisões de juros tanto no Brasil (Copom) quanto nos Estados Unidos (Fomc). Entenda, a seguir, o que esperar desses dois eventos.

Por aqui, a Selic está em 10,50%. E de acordo com Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, a expectativa é a de que a taxa seja mantida na reunião desta quarta-feira.

“A nossa expectativa é de manutenção da taxa de juros em 10,5% a.a., permanecendo neste patamar até o final de 2025. Em relação à reunião de junho, as incertezas domésticas e externas continuam, o que exige uma postura de cautela da autoridade monetária brasileira”, diz.

Sung explica que a questão fiscal continua a pressionar os prêmios de risco no Brasil, uma vez que o mercado tem dúvidas sobre o cumprimento das metas por parte do governo.

“A taxa de câmbio acima de R$5,50 é um reflexo dessa incerteza e, caso permaneça nesse nível por um período prolongado, poderá pressionar a inflação, por exemplo, dos bens industriais e, consequentemente, dos produtos finais”, afirma.

Ele cita também o IPCA-15 da semana passada como um ponto de atenção, uma vez que o dado de inflação no Brasil veio acima do esperado.

“Diante desse cenário com riscos mais altistas do que baixistas para a inflação, o Copom deverá manter a postura de cautela na condução da taxa Selic“, complementa.

Nos Estados Unidos, a grande expectativa é pelo início dos cortes nos juros, o que, de acordo com Sung, não deve acontecer nesta quarta-feira. Ele explica que a taxa Fed Funds deve ser mantida por lá, com as atenções voltadas para as falas do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, na sequência da decisão.

“Ele pode indicar a possibilidade de cortes de juros à frente, porém acreditamos que a probabilidade é baixa. perspectiva A é de que, se os dados continuarem nessa trajetória positiva, veremos uma mudança de comunicação na reunião de setembro, com uma possível sinalização de um afrouxamento monetário no quarto trimestre deste ano”, afirma.

Nos Estados Unidos, outra questão que está no radar do mercado são as eleições presidenciais. No entanto, o fator não deve afetar a condução da política monetária por lá no curto prazo, projeta Sung. Já no longo prazo, as estratégias do candidato eleito podem afetar na dinâmica de inflação.

“Caso Trump vença e eleve as tarifas de importação para todos os produtos em 10% e, especialmente, para os chineses em 60%, os preços ficarão mais altos, diminuindo a flexibilidade do Fed em abaixar a taxa de juros. No cenário de Kamala, caso ela vença e adote tarifas de importação para uma cesta de produtos – como Biden desejava – a expectativa é a mesma, mas em menor intensidade”, explica.

A decisão de juros do Copom será anunciada por volta das 18h30, enquanto o Fomc toma sua decisão às 15h (horário de Brasília).

Sair da versão mobile