Copom mantém taxa Selic em 10,50% pela segunda reunião seguida; o que diz o comunicado?

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, anunciou nesta quarta (31) a manutenção da Selic em 10,50% ao ano pela segunda reunião consecutiva. No comunicado, o comitê cita um contexto global incerto, um processo desinflacionário lento e o cenário fiscal brasileiro como alguns dos motivos que justificam a decisão.

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A decisão do Copom de novamente manter a Selic no atual patamar já era esperada por boa parte do mercado, que vê fatores como o risco fiscal, a inflação e a manutenção dos juros nos Estados Unidos obrigando o Banco Central brasileiro a adotar uma postura mais cautelosa na condução da política monetária.

A manutenção da Selic foi unanimidade entre o colegiado do BC. Roberto de Oliveira Campos Neto (presidente), Ailton de Aquino Santos, Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Gabriel Muricca Galípolo, Otávio Ribeiro Damaso, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira deram o mesmo voto.

No comunicado do Copom, o comitê diz que a decisão de manter a taxa Selic inalterada é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta. Além disso, os membros do colegiado dizem monitorar “com atenção” como os desenvolvimentos da política fiscal brasileira impactam a política monetária e os ativos financeiros.

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“A percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal, junto com outros fatores, tem impactado os preços de ativos e as expectativas dos agentes. O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”, diz o Copom.

O comunicado afirma também que o atual estágio do processo desinflacionário tende a ser mais lento, enquanto a desancoragem das expectativas de inflação e um cenário global desafiador demandam seriedade e moderação na condução da política monetário.

Assim como na última reunião, o Copom também declara que “a política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente em patamar que consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno da meta”.

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Guilherme Serrano

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