Copom eleva Selic em 0,50 ponto percentual, para 11,25% ao ano

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, anunciou nesta quarta-feira (06) uma alta de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, que assim passa a ser fixada em 11,25% ao ano. No comunicado, o comitê cita o dinamismo dos indicadores econômicos domésticos e um ambiente externo “desafiador”.

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A decisão do Copom de elevar a Selic já era esperada por boa parte do mercado e foi unânime no colegiado: Roberto Campos Neto (presidente), Ailton de Aquino Santos, Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Gabriel Muricca Galípolo, Otávio Ribeiro Damaso, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira votaram pela elevação.

“O cenário segue marcado por resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, hiato do produto positivo, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas, o que demanda uma política monetária mais contracionista”, diz o comitê, que complementa afirmando que a decisão de elevar a taxa Selic é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta.

No comunicado do Copom, o comitê também escreve que, no Brasil, o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho segue apresentando dinamismo, com a inflação e as medidas subjacentes se situando acima da meta nas divulgações mais recentes.

Já o ambiente externo, de acordo com o comitê, permanece “desafiador”, sobretudo “em função da conjuntura econômica incerta nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed”.

Vale lembrar que, nesta quinta-feira (07), o Fomc anuncia a nova taxa Fed Funds. Na última reunião do comitê norte-americano, em setembro, os juros por lá foram elevados pela primeira vez desde a pandemia de Covid-19.

O Copom avalia que existe uma assimetria altista em seu balanço de riscos para os cenários prospectivos para a inflação no Brasil.

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Entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, o comitê destaca:

  • Uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado;
  • Uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado;
  • Uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada.

Já entre os riscos de baixa, são citadas:

  • Uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada;
  • Os impactos do aperto monetário sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado.

Mais uma vez, o Copom cita a política fiscal no seu comunicado, afirmando que ela impacta a política monetária e os ativos financeiros e reafirmando que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros.

Por fim, o comitê evita, mais uma vez, fornecer um forward guidance, afirmando que o ritmo de ajustes futuros na taxa de juros e a magnitude total do ciclo serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta.

Além disso, diz o comunicado, os próximos passos do Copom “dependerão da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”.

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Guilherme Serrano

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