Copel (CPLE6): XP reitera recomendação de compra com “forte redução de custos”
Cerca de 1,4 mil funcionários da Copel (CPLE6) aderiram ao Programa de Desligamento Voluntário (PDV) da companhia, representando 25% do total. Para a XP Investimentos, a notícia indica forte potencial de redução de custos. Dessa forma, os analistas mantêm recomendação de compra para Copel.
Segundo a Copel, a economia anual estimada, na base atual, é de R$ 428 milhões a partir dos desligamentos, que ocorrerão durante um período de transição até agosto de 2024.
A XP avalia que os números da Copel no plano de demissão voluntária foram fortes e mostram o potencial de economia de custos após a privatização.
“Acreditamos que esta é uma notícia positiva para a Copel e é mais um passo no processo de turnaround, um dos pilares da nossa tese de investimento”, destaca a XP.
Além do processo de recuperação em andamento, segundo a equipe da XP, o outro gatilho para a Copel é a mudança na metodologia TUST (Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão): “Estimamos um impacto positivo de cerca de R$ 1 a 1,3 bilhão de VPL (Valor Presente Líquido), dado que suas Usinas Hidrelétricas estão principalmente na região Sul e tiveram seu prazo de concessão recentemente ampliado para mais de 30 anos”, diz a XP.
Neste contexto, a XP mantém recomendação de compra para as ações da Copel, com preço alvo de R$ 10.
Nesta quinta-feira (19), os papéis da empresa subiram 2,47%, cotadas a R$ 8,29.
Copel: PDV vai custar cerca de R$ 610 milhões
De acordo com a Copel, o custo estimado total com indenizações é de R$ 610 milhões, que será reconhecido no exercício de 2023.
O desembolso de caixa da indenização e multa do FGTS será feito no momento do desligamento de cada empregado.
A empresa afirma que o programa é parte integrante da gestão estratégica para criação de valor, da aceleração da transformação digital e melhoria contínua de eficiência operacional.
Companhia reverteu prejuízo e teve lucro de R$ 307 milhões
A Copel obteve lucro líquido de R$ 307,7 milhões no segundo trimestre de 2023 (2T23), ante prejuízo de R$ 522,4 milhões registrados em igual período de 2022.
“Vale mencionar que o resultado do 2T22 teve o impacto da Lei 14.385/2022 com a provisão para destinação de créditos de PIS e COFINS e efeito líquido de R$ 1.202,5 milhões no resultado do trimestre. Desconsiderando esse efeito, o lucro líquido no 2T22 seria de R$ 680,1 milhões”, informou a Copel.
No período, a receita operacional líquida da Copel avançou 1,9% em relação a igual trimestre de 2022, para R$ 5,359 bilhões na base anual.
O resultado é reflexo, principalmente, do aumento de R$ 251,7 milhões na receita de disponibilidade da rede elétrica; acréscimo de R$ 56,7 milhões na receita de construção, em função, essencialmente, do aumento do volume de obras relacionadas ao programa “Transformação”; crescimento de R$ 7,9 milhões no resultado de ativos e passivos financeiros setoriais (CVA), consequência do aumento nos custos com energia, encargos e outros componentes financeiros e aumento de R$ 5,9 milhões na linha “outras receitas operacionais”.
O Ebitda da Copel ajustado, excluindo os itens não recorrentes, atingiu R$ 1,279 bilhão no período, valor 14,7% inferior do reportado no mesmo intervalo do ano anterior.
O montante, segundo a Copel, é “reflexo, sobretudo, da menor remuneração sobre ativos de transmissão, parcialmente compensado, pelo melhor resultado da Copel da Distribuição, pela melhor performance de complexos eólicos existentes e pela entrada em operação de novos ativos de geração (complexos eólicos Jandaíra, Aventura e SRMN). Desconsiderando o resultado de equivalência patrimonial, o Ebitda Ajustado teve redução de 6,5% 2T23 ante 2T22″, destacou.
A dívida consolidada da Copel chegou ao final do trimestre em R$ 16,307 bilhões, alta de 30,9% em relação ao mesmo período do ano passado.
No final do 2T23, o endividamento bruto da companhia representava 74,1% do patrimônio líquido consolidado, que era de R$ 22,101 bilhões.
A alavancagem da Copel ficou em 2,5 vezes a relação dívida/Ebitda, enquanto a geração de caixa operacional foi de R$ 1,5 bilhão, alta de 3,1% na base anual.
Desempenho anual das ações da Copel
Cotação CPLE6