A Copel (CPLE6) fechou o segundo trimestre de 2022 (2T22) com prejuízo de R$ 522,4 milhões, revertendo o lucro líquido de R$ 957 milhões vistos em igual período do ano anterior. Segundo a empresa, o impacto tributário relativo a uma provisão para destinação de crédito de PIS e Cofins de R$ 1,2 bilhão explica o prejuízo no segundo trimestre.
O resultado da Copel foi divulgado após o fim do pregão da terça-feira (9), em documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). No acumulado do semestre, foram R$ 147,4 milhões em lucro.
A receita operacional líquida da empresa fechou em R$ 5,2586 bilhões no 2T22, com queda de 3,1%.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado da Copel foi de R$ 1,49 bilhão no 2T22 ante R$ 1,37 bilhão registrado em igual período do ano anterior, representando uma alta de 9,4%.
O consenso Bloomberg de analistas projetava uma receita de R$ 4,14 bilhões de receita, ao passo que os analistas do BTG Pactual (BPAC11) estimava Ebitda de R$ 1,2 bilhão e receita de R$ 5,4 bilhões.
Segundo a justificativa da companhia, esse prejuízo registrado teve influência da Lei que versa sobre provisão para destinação de créditos do PIS e Cofins (14.385/2022). A Copel comunicou o impacto em comunicado separado, chamado de “Impactos da Promulgação da Lei Federal nº 14.385/2022 nos Resultados do 2T22”.
Segundo a Copel, o efeito líquido da legislação foi de R$ 1,2025 bilhão no segundo trimestre. A companhia destaca que, sem o impacto da lei, o lucro da Copel seria de R$ 666 milhões no trimestre e R$ 1,336 bilhão no semestre.
Segundo a Copel, a legislação “apesar da falta de sua regulamentação”, regulamenta a destinação de tributos que eram de recolhimento obrigatório a maior pelas prestadoras do serviço público de distribuição de energia elétrica no país, mudando as regras de pagamento da companhia.
A legislação foi reconhecida pelo judiciário e teve impacto bilionário no resultado.
“A referida provisão de R$ 1,2 bilhão, baseada na revisão de avaliação do risco realizada pela administração e suportada nas opiniões de assessores legais, refere-se ao período compreendido entre o 11º e o 16º ano da data do trânsito em julgado da ação, exacerbando o período prescricional e decadencial. A administração da Copel DIS avalia medidas cabíveis, inclusive judiciais, considerando a proteção conferida à coisa julgada, bem como os prazos de prescrição e decadência aplicáveis”, consta no resultado da Copel em 2022.
Em termos de resultado operacional, a companhia aponta que teve influência de:
- Redução de R$ 274,1 com “suprimento de energia elétrica”
- Redução de R$ 205,8 milhões na receita de “disponibilidade de rede elétrica”
- Redução de R$ 76,6 milhões no resultado de ativos e passivos financeiros setoriais (CVA)
A companhia também cita que o Reajuste tarifário da Copel Distribuição gerou um efeito médio, no trimestre, de 4,9%.
A geração de caixa operacional foi de de R$ 1,4 bilhão no 2T22, ao passo que o Fluxo de Caixa Disponível terminou em R$ 1,709 bilhão em junho – valor que é utilizado para o pagamento da Política de Dividendos da companhia elétrica.
Dívida da Copel
Ao fim de junho, a companhia somava dívida consolidada de R$ 12,905 bilhões, 9,1% a mais do que o que foi anotado no fim do ano anterior, de R$ 11,8261 bilhões.
Com esses números, a alavancagem da Copel – razão entre dívida e Ebitda – foi de 1,3x ao fim do trimestre.
Dividendos e desempenho de CPLE6
No balanço, a companhia não revelou o pagamento de novos dividendos, mas citou o pagamento de R$ 1,6 bilhão de proventos, feito no fim de junho.
Em conjunto com os demais pagamentos de proventos dos últimos meses, os dividendos da Copel somam um dividend yield (DY) de 16%, segundo dados do Status Invest. Ou seja, na média, a companhia pagou R$ 1,16 por ação CPLE6.
As ações da Copel sobem 6,8% nos últimos 30 dias e acumulam alta de 13,7% em 2022, cotadas a R$ 7,31.