Copel (CPLE6) reforça política de dividendos e deve ter pagamentos mais altos, diz banco
Após reunião virtual com investidores com apresentação do diretor financeiro, o Goldman Sachs reiterou a recomendação neutra para Copel (CPLE6), no preço-alvo de R$ 7,8.
Além da alta das ações da Copel, as conclusões dos analistas do banco de investimentos foram:
- A empresa continua a focar em seu negócio core, e segue em frente com a venda da Compagas após a renovação da concessão;
- O Capex nos próximos anos deve ser focado principalmente sobre distribuição de energias renováveis e ativos de transmissão; e
- A administração reforçou sua política de dividendos com pagamentos impulsionados pelo seu nível de alavancagem.
Os analistas do Goldman Sachs pontua que a venda da Compagas — da qual a Copel possui uma fatia de 51% — é a última de seus ativos “não essenciais”. A expectativa é de que o processo seja concluído em 2023.
“A empresa reforçou está discutindo o processo atualmente com o governo do Paraná, que abriu uma audiência pública no ano passado e propôs a antecipação da renovação da concessão por 30 anos, com pagamento estimado de R$ 508 milhões”, diz o relatório do GS. Os analistas reiteram que a renovação da concessão é um passo importante para a venda do ativo, pois garantiria um fluxo de caixa no longo prazo.
No evento, a administração destacou que, após a conclusão das discussões no nível estadual, seguirá com a proposta de venda, que deve ser semelhante à venda da Copel Telecom em 2020, com estimativa de levar de sete a oito meses.
Em relação ao pagamento da concessão, haverá ainda uma análise para decidir a melhor estrutura financeira para a operação, mas que consideraria alavancar o pagamento. “Nós vemos esses eventos como alinhados com a estratégia da empresa de focar nos ativos principais e observar que estimamos um valor justo para a Compagas de R$ 359 milhões, cerca de 1,6% do nosso SOTP (avaliação da soma das partes, na sigla em inglês) para a Copel”, disseram os analistas.
Política de dividendos da Copel
O GS afirma que a política de dividendos da Copel foi reforçada pela empresa, que define pelo menos dois pagamentos por ano. Os pagamentos totais são feitos de acordo com a alavancagem financeira da empresa.
De acordo com o relatório, se a Copel mantiver uma relação de dívida líquida/Ebitda entre 1,5 vez e 2,7 vezes, os resultados serão traduzidos em um payout de 50% do lucro líquido. Se a empresa mantiver um índice menor, ela desembolsa 65% – como ocorreu no 2T22 da Copel, com 1,3 vez a dívida líquida/Ebitda. Caso a alavancagem estiver acima destes níveis, pagará o mínimo regulatório, 25%.
Por fim, o GS afirma que mantém a recomendação neutra para os papéis da Copel, utilizando um modelo de avaliação da soma das partes (fluxo de caixa descontado usando o índice de fluxo de caixa livre para o patrimônio líquido), descontado, em média, do capital próprio em 11,5%.
“Vemos a Copel negociando atualmente a um nível real de TIR (taxa de retorno) implícita de 12,3% em relação ao setor média ponderada de 11,4%. Reconhecemos que a empresa se beneficia de ter um portfólio diversificado de distribuição, geração e transmissão e entregou redução substancial de opex, que vemos positivamente devido ao seu custo histórico ineficiente estrutura”, diz o texto.
Cotação
A ação preferencial de classe B da Copel fechou em queda de 0,88%, a R$ 6,74.