A Copel (CPLE6) foi o grande destaque do pregão de segunda (21), subindo mais de 20% no Ibovespa com a sinalização do governo do Paraná para privatizar a companhia, tornando-a uma corporation.
Os dividendos da Copel, nos últimos 12 meses, foram de R$ 1,3602 por ação, representando 16,23% de dividend yield (DY), segundo dados do Status Invest.
A perspectiva é de que, com a venda, a companhia tenha mais caixa, aumentando a capacidade de investimentos e a perspectiva de proventos.
A sinalização da privatização, aliás, agradou analistas de mercado.
“Como podemos observar pela forte valorização das ações da companhia, o mercado está animado com a novidade. A notícia é um grande passo para a privatização da Copel, e o governador reeleito Ratinho Junior tem articulação política para aprovar a matéria na Assembleia Legislativa do Estado”, dizem os especialistas da XP.
A recomendação da XP é de compra para ações, com preço-alvo de R$ 8.
Vale lembrar que os dividendos são recebidos atualmente pelo Governo do Paraná e devem continuar sendo recebidos em uma eventual privatização da Copel.
Conforme comunicado pela companhia, o Estado do Paraná permanecerá com, no mínimo, 15% do capital total da Copel, dos 31,1% detidos atualmente. Além disso, manterá uma golden share que garante poder de veto.
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BBA reitera otimismo com CPLE6
Os analistas do Itaú BBA, da mesma forma, endossaram a recomendação de compra das ações da Copel, mantendo preço-alvo em R$ 7,40.
Em seu parecer, os especialistas destacaram o processo político que deve balizar a privatização.
“A legislação do Estado do Paraná exige a aprovação desta transação pela Câmara dos Deputados; assim, espera-se que seja apresentado um projeto de lei para autorizar o estado a avançar com o processo. Acreditamos que o governo do estado tenha forças para aprovar esse projeto de lei, visto que a Câmara dos Deputados do Paraná é amplamente composta por partidos de direita, alinhados com a agenda do governo do estado”, disse a casa.
“A transação também exigirá uma aprovação do Tribunal de Contas do Estado. O Conselho de Controle das Empresas Estatais é responsável por esse processo, e está prevista a contratação de bancos e empresas de consultoria para realizar estudos”, segue.
Entenda a privatização da Copel
Conforme reportado pelo Suno Notícias, a privatização prevê uma redução da participação do Governo do Paraná para até 15% do capital social e 10% do poder de voto.
Para efeito de comparação, a redução seria ainda mais intensa do que a feita na privatização da Eletrobras (ELET3), feita ainda em 2022, quando a companhia viu a participação do Governo Federal cair de 51,8% para 33% do capital.
O Estatuto do Copel, nesse sentido, deve prever:
- Que a Sede da Copel siga no Paraná
- Que a denominação da Copel não poderá ser alterada
- Criar ação preferencial de classe especial, de propriedade exclusiva do Estado do Paraná, que conferirá o poder de veto nas deliberações da assembleia geral relacionadas às matérias de interesse estratégico (golden share)
- Autorização para os administradores aprovarem e executarem o Plano Anual de Investimentos da Copel Distribuição caso os investimentos, a partir deste ciclo tarifário, considerados prudentes pela Aneel, não atinjam, no mínimo2,0x da Quota de Reintegração Regulatória (QRR), daquele mesmo ciclo de Revisão Tarifária Ordinária e/ou, no acumulado, até o final da concessão
Atualmente o governo paranaense detém 31,1% do capital total da Copel, sendo dono de 69,7% das ações ordinárias e de 6,9% das preferenciais.