O processo de privatização da Companhia Paranaense de Energia, a Copel (CPLE6) está diante de uma semana de definições. Segundo o jornal Valor Econômico, a demanda de investidores já supera os R$ 10 bilhões, e a empresa deverá precificar a ação da oferta da estatal na próxima terça-feira (8). A movimentação é estimada para até R$ 5,3 bilhões.
O lançamento da oferta da Copel já foi feito completamente coberto, o que indica que há demanda necessária para o sucesso da operação. De acordo com fontes que preferiram permanecer anônimas para o Valor, fundos estrangeiros como a GQG e Zimmer Partners, que elevaram seu interesse no Brasil em julho, estão comprometidos com o investimento.
Oferta rumo à privatização da Copel (CPLE6)
A operação da companhia de energia está em nível primário para captação de recursos para o caixa da empresa e para o governo do Paraná, em segundo plano, vendendo ações e saindo do controle da companhia.
O coordenador líder da transação é o BTG Pactual, com participação do Itaú BBA, Bradesco BBI, Morgan Stanley e UBS BB.
O único percalço que ainda faltava para a transação foi solucionado na semana passada: o Tribunal de Contas da União (TCU), sob definição do Ministério de Minas e Energia e Ministério da Fazenda, liberou R$ 3,7 bilhões para a outorga de concessão de geração de energia elétrica das Usinas Hidrelétricas (UHEs) Foz do Areia, Segredo e Salto Caxias.
Copel (CPLE6) segue os passos da Eletrobras (ELET6)
Assim como a companhia do mesmo setor, a Eletrobras (ELET6), a Copel também adotou medidas similares em seu follow-on. Foram elas:
- Aumento do capital social da empresa;
- Limite ao poder de voto de investidores de ações ordinárias a 10% no maximo;
- Retirada de dispositivos de lei das estatias;
- Instituição de uma “golden share”, ação especial do Estado do Paraná como titular.
Distribuição da oferta de CPLE6
O pedido de registro da oferta pública da Copel inclui inicialmente 549.171.000 ações ordinárias, sendo 229.886.000 ações da emissão primária destinadas a injeção de capital e pagamento do bônus de outorga para a União.
A oferta secundária inclui as demais 319.285.000 ações a serem alienadas pelo Estado do Paraná, em mercado de balcão não organizado. Segundo o anúncio do plano do governo paranaense, a intenção é transformar a Copel em uma empresa de capital disperso, sem um acionistas controlador e financiando um pacote de investimentos.
Além disso, sabe-se que da oferta ainda podem ser acrescidos até 15% do total (82.375.650 ações),pelo mesmo valor das iniciais, onde 18.518.650 seriam emitidas pela companhia e 63.857.000 detidas e alienadas pelo acionista vendedor (Estado do Paraná).
Além disso, acionistas da Copel terão uma tranche prioritária. Empregados e aposentados e investidores do varejo podem contar com uma alocação na operação também.
Foi firmado o compromisso de que a emissão de ações da Copel (CPLE6) não começará a ser vendida no período dos próximos 180 dias a partir da divulgação do anúncio de início de oferta. Enquanto isso, também deve-se aguardar a oficialização pelo Tribunal de Contas do Paraná (TCE-PR) do preço mínimo dos papeis.