O governo do Paraná se movimentou em direção a uma possível privatização da Copel (CPLE6) ao pedir para o Conselho de Controle das Empresas Estaduais (CCEE) informações técnicas a fim de subsidiar modelo para operação no mercado de capitais.
Após a notícia vir à tona, as ações da Copel sobem mais de 7% no intradia do Ibovespa, sendo a maior alta da bolsa.
Não há detalhes sobre como seria uma eventual privatização da Copel, mas agora o mercado enxerga a hipótese como mais provável.
“Esse movimento pode ser interpretado como, pela primeira vez, o Paraná olhando para a possibilidade de privatizar a Copel, ou pelo menos vender partes da empresa (geradoras, por exemplo)”, dizem os analistas do Bradesco BBI.
A ideia do governo do Paraná é de ‘otimizar o investimento do Estado na companhia’, mas preservando participação societária relevante.
Contudo, esse modelo deve exigir aprovação dos acionistas, possivelmente em Assembleia, dada a legislação atual e os regulamentos em voga.
“A adoção de eventual modelo, a depender dos estudos que serão realizados para este fim, estará sujeita a determinadas aprovações, de acordo com a lei e os regulamentos aplicáveis”, diz o comunicado do governo paranaense divulgado pela Copel.
Recentemente o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Jr., disse ao Valor Econômico que, apesar de não ter planos de levar a Copel à privatização, pode rever a posição numa eventual mudança de cenário.
Governador tem menos restrições para privatizar a Copel
Segundo os analistas do BBI, embora o estudo deva contemplar todas as opções possíveis, em 2021 o Estado do Paraná tentou vender parte de suas ações na empresa, mas ainda manter o controle. A casa, contudo, destaca que a medida “não foi bem recebida pelo mercado brasileiro”.
O Bradesco BBI, porém, aponta que o governador Ratinho Junior tem menos restrições para dar cabo à privatização, dados os altos índices de governabilidade com o apoio no legislativo estadual.
“Obviamente, a privatização da Copel poderia trazer recursos significativos para o estado que poderiam ser investidos em outras áreas de interesse público, alavancando a plataforma política do governador. Por fim, o Paraná, como outros estados do Brasil, perdeu receita tributária significativa, pois o ICMS VAD aplicado nas contas de energia elétrica foi reduzido, provavelmente tornando a venda de ativos uma opção atraente”, diz o BBI.