Copel (CPLE6) pode ser privatizada em oferta de ações do Governo do Paraná; ação dispara
A privatização da Copel (CPLE6) ganhou impulso com as notícias da manhã desta segunda-feira (21), levando as ações da empresa a subirem mais de 20%.
Conforme fato relevante divulgado pela companhia, o Governo do Paraná sinalizou sua intenção de fazer acontecer a privatização da Copel e transformar a empresa em uma “companhia de capital disperso e sem acionista controlador“.
Para isso, será feita uma oferta pública de distribuição secundária – ou seja, uma venda dos papéis já existentes – das ações ordinárias da companhia, que dão direito a voto. Além disso, na oferta também podem entrar certificados de depósitos de ações (units).
Segundo a empresa, o modelo de governança estudado no âmbito da privatização prevê que, após a operação, o Estado do Paraná siga com ao menos 15% do capital social e 10% do poder de voto.
Para efeito de comparação, a redução seria ainda mais intensa do que a feita na privatização da Eletrobras (ELET3), feita ainda em 2022, quando a companhia viu a participação do Governo Federal cair de 51,8% para 33% do capital.
Isso, pois o Paraná detém quase 70% das ações ordinárias da companhia.
Com a notícia sobre a privatização, as ações CPLE6 subiram mais de 22% nos primeiros minutos do pregão, sendo a maior alta do Ibovespa no dia.
“A Operação objetiva a captação de recursos financeiros para suprir necessidades de investimento do Estado do Paraná, bem como a valorização de suas ações remanescentes detidas na Copel, valorização essa que deverá derivar da potencial geração de valor aos acionistas, inclusive em virtude de eventual capitalização da Companhia e aceleração de seu plano de negócio”, diz o comunicado da companhia elétrica.
Para que a operação ocorra, o estatuto social da Copel deve ser alterado, já que a Copel quer que nenhum acionista ou grupo de acionistas possa exercer votos em número superior a 10% da quantidade total de votos conferidos pelas ações.
Além disso, a empresa visa vedar a realização de acordos de acionistas para o exercício de direito de voto, exceto para
a formação de blocos com número de votos inferior a 10%.
As mudanças futuras no Estatuto da empresa devem prever;
- Que a Sede da Copel siga no Paraná
- Que a denominação da Copel não poderá ser alterada
- Criar ação preferencial de classe especial, de propriedade exclusiva do Estado do Paraná, que conferirá o poder de veto nas deliberações da assembleia geral relacionadas às matérias de interesse estratégico (golden share)
- Autorização para os administradores aprovarem e executarem o Plano Anual de Investimentos da Copel Distribuição caso os investimentos, a partir deste ciclo tarifário, considerados prudentes pela Aneel, não atinjam, no mínimo2,0x da Quota de Reintegração Regulatória (QRR), daquele mesmo ciclo de Revisão Tarifária Ordinária e/ou, no acumulado, até o final da concessão
Quem controla a Copel?
Atualmente o governo paranaense detém 31,1% do capital total da Copel, sendo dono de 69,7% das ações ordinárias e de 6,9% das preferenciais.
Além disso, conforme informações da área de Relação com Investidores (RI) da empresa, o BNDESPAR, braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), é o segundo maior acionista, com 24% do capital total da companhia.
Acionistas diluídos na B3, NYSE e LATIBEX correspondem a 44,2% do capital social da companhia.
Uma fatia de 0,5% da Copel é detida pela Eletrobras (ELET3).