Após alterar seu estatuto, a Copel (CPLE6) está realizando os trâmites para realizar uma oferta de ações ainda em julho, segundo informações do Pipeline.
Os planos da Copel são de precificar a emissão ainda antes de agosto, usando o balanço do primeiro trimestre para fechar a operação.
Segundo o Pipeline, o follow-on da Copel deve ter uma tranche primária e outra secundária, com expectativa de movimentar até R$ 5 bilhões no total.
A ideia é que cada emissão represente metade do total.
Conforme o cronograma atual, a Copel precisa fazer a oferta até medos de outubro para utilizar os recursos para pagar o bônus de outorga da renovação da concessão da hidrelétrica Foz de Areia, que vence ainda em dezembro.
A companhia ainda aguarda a definição do preço mínimo da oferta pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná e a aprovação do Tribunal de Contas da União sobre valor da outorga da renovação das três hidrelétricas.
Copel ‘abre alas’ para privatização com novo estatuto
Os acionistas da Copel aprovaram recentemente uma reforma do estatuto social que abre caminho para a privatização, conforme já comunicado previamente. As regras adotadas são análogas às do processo de privatização da Eletrobras (ELET3).
A votação do novo estatuto da Copel, contudo, teve voto contrário do BNDESPar, acionista que detém cerca de 24% do capital da estatal.
“A BNDESPar é acionista minoritária da companhia e considera a Copel uma empresa estratégica, que administra um monopólio natural fundamental para a segurança energética da região”, destacou o banco em nota divulgada na véspera.
Com o novo estatuto, o poder de voto do grupo de acionistas é limitado a 10%, prevendo uma cláusula de poison pill – ou seja, quem comprar 25% da empresa será obrigado a apresentar oferta pela totalidade das ações ordinárias.
Outra semelhança com a privatização da Eletrobras é a criação de uma golden share, que ficará com o Governo do Paraná e dará direito de veto em votações de assuntos estratégicos.
Segundo a Copel, o novo estatuto somente produzirá efeitos na data de liquidação de potencial oferta pública de distribuição primária e/ou secundária de ações ordinárias ou certificados de depósito de ações (units) de emissão da companhia.