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Copel (CPLE6) foca em desinvestimento após lucro recorde em 2021

Copel (CPLE6): inicia oferta de ações mesmo sem aval do TCU para operação

Copel (CPLE6). Foto: Divulgação.

A Copel (CPLE6) reportou um lucro líquido recorde de R$ 5 bilhões em 2021, segundo seu resultado financeiro publicado nesta semana. Na teleconferência de resultados da companhia, a mesma frisou que haverá foco nos desinvestimentos da empresa em 2022.

“Esperamos nas próximas semanas ter as condições finais de renovar a concessão e, assim, poder fazer o processo de desinvestimento (da empresa de gás) até o final de 2022”, disse o CEO da Copel, Daniel Pimentel Slaviero.

O executivo mira a venda da Usina Hidrelétrica de Foz de Areia, em Pinhão (PR). A concessão foi renovada até dezembro de 2024 após a repactuação por meio do GSF –  dispositivo do MME para extensão de outorga de hidrelétricas.

“Faremos a venda do controle desse ativo no último trimestre de 2023 (a venda do controle pode ser feita até 12 meses antes do fim da concessão), como possibilita o decreto do Ministério de Minas e Energia”, informou Daniel Pimentel Slaviero.

Além disso, afirmou, em teleconferência, que a companhia segue a plenos pulmões trabalhando na agenda regulatória.

Slaviero frisa que “considera urgente o aperfeiçoamento do modelo de preço e o MRE [mecanismo de realocação de energia], que tem acontecido nos últimos meses por conta da estabilidade do PLD [Preço de Liquidação das Diferenças], e que no nosso ponto de vista é insustentável”.

“Enxergamos os movimentos estruturais do setor como inexoráveis, como a abertura do mercado para consumidores de baixa tensão, a separação do lastro de energia e a divisão das atividades de distribuição e comercialização de energia, entre outros, como está no PL 414 (que muda regras de funcionamento do setor elétrico e em tramitação no Congresso) e outros instrumentos legais”, disse.

Por outro lado, Copel investirá de R$ 2bi em 2022

Com a geração de caixa prevista, a empresa visa ortunidades brownfield e greenfield (no caso, por meio de leilões) no segmento de transmissão.

Nesses negócios, os custos de capital seriam menores e a companhia poderia ampliar o número de leilões em que participaria.

A estimativa é de um Capx (programa de investimentos) de R$ 2 bilhões no ano – cifra que deve ser destinada a redução de custos e otimização da operação da elétrica.

Além disso, os aportes devem ir também para programas que visam à renovação dos ativos depreciados em áreas rurais, melhoria do atendimento, integração com cidades inteligentes e melhoria nas informações via sensoriamento das redes.

Na teleconferência, a companhia também destacou que quer ampliar suas operações em energia elétrica e solar.

A meta é de que nos horizonte de no máximo 5 anos a companhia tenha até 25% de energia eólica e solar juntos – ante somente 9% de eólica atuais.

O CEO destaca que a diversificação serve como um bom hedge para momentos de crise.

Vale lembrar que a Copel terminará em breve a construção do Complexo Eólico Jandaíra (RN) com capacidade instalada de 90,1 MW.

Copel no 4T21

A companhia anotou lucro líquido recorde de R$ 5 bilhões no acumulado de 2021, segundo resultado financeiro publicado na noite de terça (23).

A cifra no balanço da Copel demonstra uma alta de 29% em relação ao anualizado de 2020.

Contudo, no resultado da Copel no 4T21, a companha elétrica teve uma retração no seu lucro. Foram R$ 396,2 milhões no período, baixa de 64,7% no comparativo com o 4T20.

Já a receita operacional líquida da Copel somou R$ 6,5 bilhões no 4T21, avanço de 16,6% em relação aos R$ 5,6 bilhões registrados no 4T2o.

Segundo o comunicado da empresa sobre o resultado, essa alta na receita se deu por conta do crescimento de 20,7% na linha suprimento de energia elétrica e do maior volume de energia vendida em contratos bilaterais pela Copel Mercado Livre.

A XP destaca que o balanço veio em linha com as projeções.

Segundo os analistas da corretora, os destaques positivos foram o resultado do programa de demissão voluntária (economia anual de R$ 153,9 milhões) e a melhoria da eficiência no PMSO com a implementação de uma abordagem mais meritocrática de participação nos lucros e prêmios de desempenho, o que resultou em uma redução de 15,6% nas despesas com pessoal.

“O menor despacho da UTE Araucária e maiores custos com gás natural no período prejudicaram os resultados, em contraste com o 3T21 quando a termelétrica apresentou melhor desempenho operacional. Apesar disso, a Copel melhorou a eficiência do PMSO ao implementar uma abordagem mais meritocrática de participação nos lucros e prêmios por desempenho, o que resultou em uma redução de 15,6% nas despesas com pessoal e administradores”, diz o relatório da XP.

Dividendos da Copel

A companhia também anunciou uma distribuição de dividendos de R$ 1,3 bilhão (ainda a ser deliberado) totalizando R$ 3,0 bilhões.

O valor dos dividendos da Copel representam R$ 1,13 por cada ação, o que resulta em um dividend yield de 15,7%.

Desempenho de CPLE6

Após a divulgação do balanço, as ações CPLE6 caíram 3,06% no intradia da quarta (23).

Contudo, no acumulado dos últimos cinco dias, as ações da Copel sobem 1,07% cotadas a R$ 7,56.

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