A Copel (CPLE6) registrou no quarto trimestre de 2020 um lucro líquido de R$ 1,08 bilhão, crescendo 65,7% na comparação com os R$ 656,7 milhões registrados no quarto trimestre de 2019. No consolidado do ano, a companhia viu seu lucro crescer 76,6% na comparação com o ano anterior, chegando a R$ 3,8 bilhões.
De forma não ajustada, a variação seria ainda maior por conta de operações descontinuadas , como no caso da Copel Telecom, e da recuperação de provisões. Incluindo esses valores, o lucro líquido do quarto trimestre seria de R$ 1,12 bilhão, crescendo 88,7%.
A Copel viu sua receita líquida chegar em R$ 5,6 bilhões no último trimestre de 2020, 30,8% a mais do que os R$ 4,3 bilhões registrados no mesmo período de 2019. Em todo o ano, a receita operacional líquida da companhia foi de R$ 18,6 bilhões, ante R$ 15,8 bilhões em 2019.
O maior impacto no crescimento desse número veio do setor de suprimento de energia elétrica, que avançou 82,5%, saindo de R$ 760 milhões no período de outubro a dezembro de 2019 para R$ 1,4 bilhão em 2020.
O avanço dos ganhos é explicado, principalmente, pela maior quantidade de energia produzida na UTE Araucária, por conta das piora da situação hidrológica da região Sul. No ano inteiro, o crescimento do setor de suprimento foi de 31,9%, com sua receita saindo de R$ 2,8 bilhões para R$ 3,7 bilhões. A geração de energia na UTE Araucária saltou de 130 MW em 2019 para 983 MW em 2020.
O único setor operacional da Copel em que a receita regrediu foi o de distribuição de gás encanado, com R$ 293 milhões no quarto trimestre de 2019 para R$ 123,3 milhões no mesmo período de 2020, explicado pelo encerramento das atividades de um grande cliente e dos impactos da pandemia.
Os custos e despesas operacionais da Copel cresceram, chegando a R$ 4,72 bilhões no quarto trimestre, alta de 30,2% na base anual. O avanço, segundo a empresa, foi motivado, principalmente, pelos maiores gastos com compra de energia para a revenda, que saltaram 32,5% na base anual (PLD médio saltou de R$ 272,8/MWh no final de 2019 para R$ 353,9/MWh no final de 2020).
Copel destacou impacto do dólar
Além disso, houve ainda impacto da alta do dólar, que interfere diretamente no contrato que a Copel tem em Itaipu, de gastos com pessoal e administração, segundo a empresa explicada pelo crescimento dos gastos com participação nos lucros e prêmio por desempenho, e dos custos dos encargos para uso da rede elétrica.
O Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Copel no quarto trimestre ficou em R$ 1,3 bilhão, 26,5% maior do que em 2019. No ano, esse número foi de R$ 5,2 bilhões, crescendo 31,5%.
A Copel fecha 2020 com uma dívida líquida de R$ 6,4 bilhões, diminuindo na comparação com os R$ 8,2 bilhões de 2020. A alavancagem, medida pela relação dívida líquida e Ebitda, também recuou, saindo de 2 vezes para 1,3 vez.
Para 2021, a Copel pretende investir R$ 1,9 bilhão, reduzindo 3,3% a quantia na comparação com 2020, focando o segmento de distribuição, que fica com R$ 1,2 bilhão do montante, com tudo sendo destinado ao sistema de distribuição de energia do estado do Paraná. Os R$ 622,8 milhões restantes serão aportados nas obras do PCH Bela Vista e do Complexo Eólico Jandaíra, do segmento de geração e transmissão.
Notícias Relacionadas