Com dividendos, Copel (CPLE6) é a bola da vez nas elétricas?

Nesta semana, a Copel (CPLE6) chamou a atenção do mercado ao anunciar dividendos extraordinários. Mais do que isso, a companhia inspirou a confiança de algumas casas de análise durante o seu investor day.

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O Goldman Sachs, por exemplo, afirmou que o evento reforça que a CPLE6 está preparada para aumentar a remuneração aos acionistas por meio de dividendos e recompras de ações, ao mesmo tempo que mantém uma postura seletiva em oportunidades de crescimento com valor presente líquido (VPL) positivo.

A casa reitera as ações da Copel como uma das principais recomendações no setor de utilidades públicas, “devido à combinação única de gestão sólida, balanço patrimonial leve, valuation atrativo e dividendos crescentes”.

A casa recomenda compra para as ações CPLE6, com preço-alvo de R$ 12,90, potencial de alta de cerca de 33%.

Apesar da visão positiva, o Goldman Sachs cita alguns riscos relevantes para a tese de Copel:

  • Maior fiscalização pelo regulador e governo federal sobre a qualidade dos serviços prestados pelos operadores de distribuição de energia.
  • Interferência indevida do governo federal, que pode afetar a autonomia da gestão.
  • Abertura do mercado de distribuição, aumentando a competição no setor.
  • Crescimento da geração distribuída de energia solar, que pode impactar os volumes e gerar perdas para a Copel.
  • Sobrecarga setorial para consumidores regulados, resultando em custos mais elevados.
  • Excesso de oferta de energia no médio prazo, pressionando preços e margens.
  • Energia não contratada nos próximos cinco anos, gerando incertezas quanto à receita.
  • Extensão ou cortes adicionais no componente financeiro de recebíveis do RBSE, podendo afetar o fluxo de caixa esperado.

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O BTG Pactual também participou do investor day da Copel e detalhou as fases previstas para o turnaround da companhia.

A primeira etapa diz respeito à eficiência estrutural, com foco em otimização de ativos, transformação digital e revisão da estrutura organizacional.

Já a segunda fase, na qual a companhia se encontra, prioriza a cultura de propriedade, eficiência de custos, experiência do cliente, inovação e liderança regulatória, além da migração para o Novo Mercado.

A terceira etapa, prevista para ter início em 2026, é a do crescimento, tendo como alvo oportunidades orgânicas e inorgânicas de expansão.

Entre os principais anúncios feitos pela Copel durante o evento, o BTG destaca:

  • Programa de recompra de ações: R$ 3 bilhões em 18 meses, representando 10% do total de ações, demonstrando confiança no valor do papel.
  • Dividendos extraordinários: R$ 600 milhões. Somando o payout de 50% e ganhos com a venda da UEGA e Compagas, o total em dividendos da Copel esperados para 2024 são de R$ 2,2 bilhões (yield de 7,4%).
  • Venda de ativos: Alienação de 12 pequenas hidrelétricas e a termelétrica Figueira (119 MW) por R$ 450 milhões, alinhando-se ao objetivo de geração 100% renovável.
  • Redução de custos (PMSO): Meta de economia para 2024-26 revisada de R$ 460-480 milhões para R$ 570 milhões (20% da base de custos pré-privatização).

Os analistas do BTG Pactual recomendam compra para os papéis CPLE6, com preço-alvo de R$ 15,60.

Em 2024, a Copel opera praticamente no zero a zero, enquanto no mês de novembro, as ações acumulam alta superior a 3%.

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Guilherme Serrano

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