O Credit Suisse elevou o preço-alvo para as ações da Copel (CPLE6) de R$ 70 para R$ 76 e elevou o rating de Underperform (abaixo da média do mercado) para Neutro. Segundo relatório enviado ao mercado, a mudança foi motivada pela migração da empresa do Nível 1 para o Nível 2 de governança da B3, à criação de units compostas por cinco ações (1 ordinária e 4 preferenciais) e pela emissão de um novo estatuto social.
Segundo o banco, o novo estatuto da Copel é melhor que o anterior, pois busca garantir um nível mais alto de governança corporativa, melhor política de dividendos e o desdobramento de ações que deve ajudar a melhorar a liquidez dos papéis.
Na visão do Credit Suisse, a governança pode ajudar a empresa a ter um futuro melhor, com menos influência política em suas decisões empresariais. “As mudanças podem ser muito importantes, especialmente para uma empresa estatal“, declararam os analistas Carolina Carneiro e Rafael Nagano.
“Empresas como Cemig (CMIG4), Copasa (CSMG3), Sanepar (SAPR11) e EDP do Brasil (ENBR3) se beneficiaram da menor aversão ao risco e reagiram positivamente aos anúncios de mudanças nos estatutos sociais. Além disso, as exigências do Nível 2 de governança são maiores do que do Nível 1, o que também pode ser positivo para os acionistas minoritários.”
Copel não é uma empresa cara, segundo Credit Suisse
Sobre o valuation da Copel, o Credit Suisse disse que não se trata de uma empresa cara, operando a 8,5 vezes PE (Preço sobre Lucro). Na visão do Credit, a empresa tomou a decisão acertada ao vender ativos e cortar custos, o que ajudou a ação a ter um desempenho melhor que o setor.
O papel subiu 126,1% em 2019 e caiu 0,7% no acumulado deste ano, ante uma alta de 52,5% em 2020 e queda de 14,4% nas empresas do setor acompanhadas pelo Credit.
De acordo com o relatório, o novo preço-alvo de Copel também inclui menores custos de capital depois dos anúncios sobre governança corporativa e os resultados finais da venda de ativos da Copel Telecom. Além disso, contempla os resultados do terceiro trimestre das companhias e a as novas previsões para Araucaria.
Em relação aos riscos, o Credit destacou custo de capital não tão baixo quanto o esperado e volumes diferentes do previsto. “Finalmente, a estratégia de alocação de capital é chave e pode afetar o retorno da Copel.”