Copel (CPLE6) estuda aquisição da Coelce (COCE5) após sinal para privatização
Após o governo do Paraná sinalizar a privatização da Copel (CPLE6), a companhia afirmou que pode comprar os ativos da Coelce (COCE5), colocados à venda pela Enel na terça (22). A empresa paranaense informou ao mercado que um dos seus objetivos é tentar adquirir uma distribuidora fora do Paraná.
Daniel Slaviero, diretor-presidente da Copel, disse ao Estadão/Broadcast que “pretende olhar, sim” a operação cearense da Enel. A venda dos ativos da Coelce faz parte de um plano de reposicionamento global da multinacional, que pretende focar em megacidades. No Brasil, as atenções serão voltadas para São Paulo e Rio de Janeiro.
“Se surgirem oportunidades nesse segmento, vamos olhar mais ativamente”, comentou o executivo durante o Copel Day 2022, realizado em São Paulo na terça. Mais cedo, ele havia dito a investidores que pretende crescer nesse segmento, mas não havia citado nenhum ativo especificamente.
A Copel já atua no Nordeste, mas em geração. Ela começou a operar recentemente o complexo eólico Jandaíra, no Rio Grande do Norte.
Embora no primeiro momento não exista uma sinergia direta entre os ativos de geração no Nordeste e a potencial aquisição em distribuição, a empresa considera que no futuro pode criar um hub para mais investimentos em parques eólicos.
“(Pode-se) criar um outro grande cluster lá para expandir eólico e solar”, comentou. Em relação à Amazonas Energia, distribuidora amazonense que também está à venda, Slaviero negou interesse: “Não, é muito fora”.
Privatização da Copel
Em um fato relevante divulgado pela Copel na segunda (21), a companhia informou ao mercado que o Governo do Paraná sinalizou intenção de realizar a privatização de negócio e transformar a empresa em uma “companhia de capital aberto e sem acionista controlador“.
O comunicado animou o mercado, e as ações da companhia subiram mais de 20% na B3. Os analistas do BTG Pactual enxergam um “forte potencial de valorização” nos papéis da empresa paranaense.
Venda da Coelce
Na terça, a Enel apresentou seu novo plano estratégico global, no qual disse que pretende sair de países como Argentina, Romênia e Peru. No mercado brasileiro, o foco da empresa será nas operações de São Paulo e do Rio de Janeiro.
“Isso vai melhorar nossa resiliência a potenciais turbulências futuras e ampliar nossa criação de valor, beneficiando todos os nossos públicos-alvo e acelerando a independência energética dos nossos países-alvo”, ressaltou Franceso Starace, presidente da companhia.
Antes do anúncio da operação com a Coelce, a Enel já havia vendido a distribuidora goiana Celg-D por R$ 1,6 bilhão para a Equatorial (EQTL3).
Em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Coelce ressaltou que a venda trata-se de uma possibilidade e que ainda não foram tomadas iniciativas concretas para essa negociação.
“A companhia esclarece que a conveniência e oportunidade de alienação das ações de sua emissão é decisão que cabe exclusivamente aos seus acionistas. A companhia informa que, se e quando for o caso, qualquer operação dependerá da obtenção das aprovações necessárias e observará os termos da regulamentação aplicável”, destacou o fato relevante divulgado pela Coelce na ocasião.
Com informações do Estadão Conteúdo