Copel (CPLE6): após 4T23 acima das estimativas, Citi reforça recomendação das ações e prevê mais “dividendos expressivos”
O Citibank não hesitou em reiterar sua recomendação de compra para as ações da Companhia Paranaense de Energia, a Copel (CPLE6), após a empresa divulgar resultados do quarto trimestre de 2023 (4T23) que superaram as expectativas do mercado.
O banco mantém o preço-alvo de R$ 13,50 para as ações preferenciais da Copel, representando um potencial de valorização de 32,1% em relação ao fechamento registrado na quinta-feira (29). Em caso de liquidação da empresa, os detentores de ações preferenciais têm preferência sobre os acionistas de ações ordinárias no recebimento dos ativos remanescentes.
Ao recomendar o papel da Copel, o Citi destacou o lucro líquido de R$ 943 milhões e o Ebitda de R$ 1,5 bilhão da empresa de eletricidade no quarto trimestre de 2023, ambos acima das estimativas da instituição financeira, que eram de R$ 440 milhões e R$ 1,29 bilhão, respectivamente.
Em comunicado, os analistas da instituição bancária Antonio Junqueira e Guilherme Bosso ressaltaram a solidez da Copel e a trajetória positiva que a empresa vem traçando no setor de serviços públicos. “A Copel é um dos nomes que mais apoiamos no setor de Utilities. Faz parte do nosso portfólio de estratégia de menor volatilidade (MVP) desde junho de 2023. O quarto trimestre foi de resultados sólidos”, afirmaram.
O setor de distribuição, segundo o banco, foi o grande impulsionador dos resultados, registrando um Ebitda de R$ 579 milhões, superando a expectativa do Citi, que era de R$ 411 milhões. Já o segmento de geração manteve-se alinhado com as previsões da instituição financeira.
Copel: vêm mais dividendos polpudos no ano?
Além da performance operacional no 4T23 da Copel, a companhia anunciou um dividendo extra de R$ 131 milhões, elevando o total de distribuições de 2023 para R$ 1,1 bilhão, com um payout de 50%.
O Citi sugere, porém, que os investidores da CPLE6 estejam atentos a dividendos da Copel ainda mais expressivos em 2024, considerando a sólida posição financeira da empresa, com alavancagem atual abaixo de duas vezes, especialmente se a companhia concretizar desinvestimentos, particularmente na Compagas.
“Com o crescimento previsto, o fluxo de caixa robusto e o potencial desinvestimento à nossa frente, a empresa poderá acentuar a expansão dos lucros e tornar-se um maior pagador de dividendos. Por enquanto, a empresa optou por reter 50% da base de lucros de 2023, mas eventualmente acreditamos que irá acelerar a distribuição de proventos”, ponderam os analistas.
Lucro sobe 51% no 4T23
No quarto trimestre de 2023, a Copel apresentou um lucro líquido de R$ 942,8 milhões, representando um aumento significativo de 51,2% em comparação com o mesmo período de 2022, quando a empresa registrou R$ 623,5 milhões.
Ao considerar o acumulado de 2023, o lucro líquido, levando-se em conta operações descontinuadas, atingiu R$ 2,3 bilhões, comparado aos R$ 1,1 bilhão registrados em 2022.
A receita líquida da Copel experimentou um incremento de 5,8% no trimestre, totalizando R$ 5,5 bilhões. No decorrer de 2023, a receita operacional líquida alcançou a marca de R$ 21,4 bilhões, refletindo um aumento de 4,6% em relação ao ano anterior.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) registrou um crescimento de 10,1% no período, atingindo R$ 1,48 bilhão, em comparação com o mesmo intervalo do ano anterior. Considerando os 12 meses encerrados em dezembro, o indicador apresentou uma elevação de 6,5%, totalizando R$ 5,3 bilhões.
A alavancagem financeira da Copel, medida pela relação dívida líquida/Ebitda, encerrou o ano de 2023 em 1,9 vez, beneficiada pela oferta pública primária.
Contudo, os planos de investimento da empresa para 2024 incluem um pagamento de R$ 4 bilhões referente à outorga da renovação das hidrelétricas Foz do Areia, Salto Segredo e Salto Caxias, que em conjunto possuem uma capacidade instalada de 4,2 GW.
Além disso, outros R$ 2,1 bilhões serão alocados no setor de distribuição, visando ao aumento da base de clientes e à revisão tarifária. Outros R$ 400 milhões serão direcionados para projetos de atualização, modernização, reforços e melhorias na geração e transmissão. Caso o nível de investimentos se mantenha, a expectativa é de que esses aportes da Copel atinjam a cifra de R$ 9 bilhões entre 2024 e 2025.