Com variações expressivas no comparativo anual, a Copel (CPLE6) mais do que quadruplicou seu lucro líquido para R$ 2,85 bilhões e aumentou seu Ebitda em 275% para R$ 4,49 bilhões.
O resultado trimestral da Copel foi divulgado na quarta-feira (10) à noite, com uma receita de R$ 6,9 bilhões ante R$ 4,3 bilhões em igual período no ano de 2020.
“Expressiva parte desse resultado é reflexo do efeito positivo provocado pelo ganho no desinvestimento da Copel Telecomunicações, com impacto de R$ 1.723,9 milhões, e pela repactuação do risco hidrológico (GSF), no valor de R$ 1.570,5 milhões”, frisa a companhia elétrica.
O Ebitda ajustado, excluídos os itens não recorrentes, chegou a R$ 1,28 bilhão no 3T21, montante 3,8% superior aos R$ 1,24 bilhão registrados no 3T20.
A alavancagem da companhia foi reduzida na sequência o movimento visto desde meados de 2018, indo para uma razão entre dívida líquida e Ebitda para 0,8 – ante 3,1 visto em anos passados e 1,3 em 2020.
Atualmente os compromissos da companhia elétrica somam R$ 5,270 bilhões em montante líquido – considerando os R$ 10,4 bilhões de dívida bruta e R$ 5,1 bilhões em disponibilidade.
Desempenho das principais companhias da Copel
Em suas anotações sobre as principais companhias sob o guarda-chuva de gestão, a Copel cita que a Copel Geração e Transmissão teve um Ebitda de R$ 2,3 bilhões – alta de 222% no comparativo anual.
“Esse resultado reflete, sobretudo, o efeito da repactuação do risco hidrológico (GSF) referente à parcela de garantia física não comprometida com o Ambiente de Contratação Regulada (“ACR”), por meio de extensão da outorga das suas usinas hidrelétricas participantes do mecanismo de realocação de energia (“MRE”), com impacto positivo de R$ 1.560,9milhões”, comenta a administração.
Já a Copel Distribuição registrou um Ebitda de R$453,8 milhões, 34,8% de aumento ante os R$336,7 milhões registrados no 3T20, ao passo que o lucro líquido no 3T21 foi de R$238,7 milhões, um aumento de 30,2%em relação aos R$ 183,3 milhões do 3T20
“O resultado vem, principalmente, do crescimento de 30,9% da receita com disponibilidade da rede elétrica (TUSD), reflexo do crescimento de 8,3% do mercado fio da Copel Distribuição e do resultado de sua 5ª revisão tarifária periódica, incidente a partir de 24 de junho de 2021, com o efeito médio de um aumento de 8,73% nas tarifas de uso do sistema de distribuição (TUSD)”, diz a companhia.
XP vê resultado do 3T21 como ‘sólido’ e reitera compra
Em sua avaliação sobre o balanço da empresa, a XP Investimentos cita que os destaques foram as maiores tarifas de energia no segmento de distribuição e maiores vendas no mercado de curto prazo, compensadas por maiores compras de energia e custos de combustível.
No parece, a XP mantém recomendação de compra para as ações da Copel, com um preço-alvo de R$ 8 por papel ação.
“Vemos o resultado da Copel no 3T21 como Neutro , visto que o Ebitda Ajustado do período veio em linha com nossas expectativas”, dizem os analistas.
Nos destaques, a corretora cita:
- Tarifas médias mais elevadas devido ao 5º ciclo de revisão tarifária
- Aumento de volume (+ 3,4%) com os volumes da categorial comercial atingindo + 5,0%, consequência da flexibilização das restrições da Covid-19
- Aumento do número consolidado de clientes em + 2,2%, principalmente residenciais e comerciais
- As perdas permaneceram estáveis em 7,71% e abaixo do número regulatório de 7,77%
Cotação de CPLE6
Os papéis da Copel fecharam o pregão da quarta-feira (10) cotados a R$ 6,28, com baixa de 3% nos últimos 30 dias.