COP26: Veja 5 fatos sobre o evento que começa hoje (31) em Glasgow
A COP26, evento das Nações Unidas considerado chave no combate ao aquecimento global, começa hoje (31) em Glasgow, na Escócia. O tema está em todos os jornais nos últimos dias, e promete continuar assim enquanto durarem os encontros. Entenda em 5 fatos o que é a COP e por que ela é importante.
1. O que é COP26?
COP significa Conferência entre as Partes. O evento ocorre anualmente desde 1995, com exceção de 2020, quanto foi adiado por causa da pandemia da covid-19.
O anfitrião desta edição, que reunirá 196 o países e a União Europeia, será o Reino Unido. Os encontros ocorrem entre hoje (31) e o dia 12 de novembro. Os envolvidos fazem parte de um tratado internacional sobre mudanças climáticas que foi fruto da Cúpula da Terra, ocorrida no Rio de Janeiro em 1992.
2. Por que a COP26 é importante?
A urgência de ações climáticas está cada vez mais nítida, ainda mais em meio a relatórios que têm sido divulgados pela comunidade científica. O problema é que, até o momento, os compromissos dos países ainda não são suficientes para garantir que o aquecimento global ficará no nível determinado no Acordo de Paris.
Para investidores, é importante ficar de olho no evento porque as ações resultantes do evento devem impactar as empresas, possivelmente beneficiando as que já estão atentas à agenda ESG.
3. O que será debatido?
As negociações da COP26 prometem ser intensas. Entre os temas que serão debatidos estão metas maiores para redução da emissão de gases de efeito estufa, além de como financiar este tipo de medida.
Assuntos como justiça climática – debate sobre os diferentes níveis de responsabilidade dos países sobre as mudanças climáticas – e o mercado global de carbono também estarão no centro das conversas da COP26.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anfitrião da COP26, disse que os objetivos do encontro se resumem a quatro palavras: “carvão, carros, dinheiro e árvores”. Em outras palavras, eliminar o uso do combustível fóssil, incentivar a transição para carros elétricos, garantir recursos para os países pobres seguirem o mesmo caminho e reverter o desmatamento.
O mercado de carbono prevê o seguinte mecanismo: países que reduzem suas emissões além das metas podem vender seus créditos para outros países, direcionando o dinheiro para os locais que mais precisam evoluir nesta área.
O desafio será chegar a um consenso sobre as regras do mercado de carbono.
4. O que o Acordo de Paris tem a ver com isso?
Em 2015, quase todos os países do mundo concordaram na COP21 em assinar o Acordo de Paris. O tratado prevê que o aquecimento global deve ficar abaixo dos 2 graus Celsius até o final do século. Para isso, os países combinaram que apresentariam Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, em inglês), com os planos de cada governo. Estas NDCs devem ser atualizadas a cada cinco anos.
Antes mesmo do encontro de Glasgow, vários países anunciaram suas novas metas, e outros vão divulgar durante os próximos dias.
O preocupante é que os países ricos anunciaram que só vão cumprir em 2023 a meta de colocar US$ 100 bilhões por ano em ações climáticas nos países em desenvolvimento, sendo que a meta inicial do Acordo de Paris era ter feito isso três anos antes.
5. E o papel do Brasil na COP26?
Às vésperas do evento, o Congresso colocou em pauta projetos verdes, justamente para tentar melhorar a imagem do Brasil no Evento. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), vai ao COP26, assim como congressistas ligados à pauta ambiental e ao agronegócio. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ainda não confirmou presença.
Segundo a Folha de S.Paulo, nos últimos dias Lira modulou seu discurso para incluir a defesa de uma agenda mais verde e defendeu o projeto que cria o mercado de carbono no país.
Mesmo assim, o país deve chegar desacreditado à COP26, em meio ao aumento de desmatamento e queimadas. Além disso, projetos aprovados este ano na Câmara, como o que flexibiliza o licenciamento ambiental, contribuem para o descrédito.