Cerca de 30 gestoras de fundos globais se comprometeram a eliminar o desmatamento causado por commodities agrícolas até 2025. O plano dos fundos é acirrar o monitoramento das empresas desses produtos que estão em seus portfólios de investimentos e de empréstimos até 2025. O compromisso foi formalizado na Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP26) em Glasgow, na Escócia.
Entre os fundos integrantes, apenas um é brasileiro, o JGP Asset Management. Presente na COP26, em Glasgow, José Pugas, sócio da JGP, afirmou que ainda falta uma conexão do setor de commodities do País com as finanças verdes globais.
O acordo feito pelas gestoras no evento prevê que as cadeias produtivas contempladas sejam de soja, pecuária, celulose e papel e óleo de palma. Até o final de 2025, o cronograma de ações que devem ser encabeçadas por elas é o seguinte:
- Até o fim de 2022, as assets terão de avaliar a exposição ao risco de desmatamento de suas carteiras e criar políticas de investimento claras sobre o assunto, além de iniciar ou aprofundar o engajamento com as investidas;
- Divulgar os riscos mapeados e também as atividades de mitigação em andamento, até o fim do próximo ano;
- Relatar publicamente a evolução alcançada e, a partir daí, apenas investir em empresas que atendam aos critérios de redução de risco estabelecidos.
Pugas afirmou ao site Reset que empresas que não tiverem um sistema de rastreamento de seus fornecedores até 2025, que possibilite medir o risco de desmatamento dos negócios, passarão a ser alvo de desinvestimentos.
Juntas, as mais de 30 gestoras tem quase US$ 9 trilhões em ativos sob gestão. “O objetivo é conseguir eliminar o desmatamento oriundo de commodities em todos os biomas”, diz Pugas.
Mais acordos no radar da COP26
Além do acordo entre as gestoras, líderes de oito instituições financeiras e empresas do agronegócio anunciaram um compromisso de US$ 3 bilhões para a produção de soja e gado livre de desmatamento, informou em nota ao Broadcast a ONG The Nature Conservancy.
O acordo feito na COP26 prevê a conversão de habitats naturais na América do Sul e US$ 200 milhões em desembolsos até 2022 para concretizar esses planos. Participam do compromisso as empresas:
- &Green Fund,
- Fundo AGRI3,
- DuAgro,
- Grupo Gaia,
- JGP Asset Management,
- Syngenta,
- Sustainable Investment Management e
- VERT.
“Os compromissos feitos por essas entidades privadas irá acelerar o fluxo de capital para os agricultores, viabilizando a transição para modelos de negócios mais sustentáveis, incluindo a expansão da produção em pastagens degradadas e aumento da produtividade – por exemplo, por meio da intensificação sustentável da pecuária”, avalia a ONG The Nature Conservancy, presente na COP26, em nota.
Notícias Relacionadas